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Ministério Público da Suíça confisca documentos da Fifa

Zurique - A caixa preta da Fifa começou finalmente a ser aberta. O Ministério Público da Suíça confiscou mais de 2 terabites de arquivos eletrônicos da entidade, no que seria equivalente a 150 milhões de páginas de documentos, com o objetivo de investigar a corrupção na Fifa. O foco do processo é a compra de […]


	Logo da FIFA, em Zurique: foco do processo é a compra de votos para as Copas de 2018 e 2022
 (FABRICE COFFRINI/AFP)

Logo da FIFA, em Zurique: foco do processo é a compra de votos para as Copas de 2018 e 2022 (FABRICE COFFRINI/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 09h02.

Zurique - A caixa preta da Fifa começou finalmente a ser aberta.

O Ministério Público da Suíça confiscou mais de 2 terabites de arquivos eletrônicos da entidade, no que seria equivalente a 150 milhões de páginas de documentos, com o objetivo de investigar a corrupção na Fifa.

O foco do processo é a compra de votos para as Copas de 2018 e 2022, enquanto um terceiro funcionário de alto escalão pediu demissão da entidade alegando que não poderia continuar diante da eleição de Joseph Blatter.

A informação ainda coincide com o anúncio da Fifa de que o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, cancelou sua ida ao Mundial Feminino no Canadá, que começa na semana que vem.

Oficialmente, o argumento é de que "a situação atual" o obriga a ficar em Zurique para lidar com o escândalo.

Mas, fontes próximas à entidade alegam que ele teria sido orientado a evitar pisar num país que mantém total colaboração com a Justiça americana.

A operação conduzida na última quarta-feira foi minimizada pela Fifa, alegando que se tratava de algo "normal" e os procuradores tiveram acesso a "tudo o que pediram".

Walter de Gregório, porta-voz da entidade, chegou a dizer que aquele era "um bom dia para a Fifa".

Informações obtidas pelo Estado e confirmadas pelo MP suíço apontam que a operação foi muito maior do que havia sido revelado.

O grupo de agentes da operação exigiu acesso ao sistema de informática da Fifa e fez um download de quase todo o arquivo da entidade, envolvendo e-mails entre dirigentes, contratos sigilosos e centenas de informes.

Fontes no MP consideram que o confisco é um "verdadeiro terremoto" em uma entidade em que se exige até mesmo impressões digitais dos funcionários para abrir as portas.

A operação e sua dimensão se contrastam com a tese de Blatter de que a crise na entidade era uma retaliação dos EUA contra ele por não terem vencido a corrida para sediar a Copa de 2022.

Blatter ainda insiste que foi a Fifa quem pediu à Justiça suíça que investigue o caso de corrupção.

Mas, fontes dentro do MP revelam que, além do caso aberto pela entidade, existe um segundo processo denominado "Operação Darwin", em referencia às "origens".

Outra medida tomada foi a de exigir que bancos suíços entregassem documentos relativos a suspeitos.

Uma série de contas já foi bloqueada também, envolvendo nesse caso o pedido de extradição dos EUA contra sete cartolas da Fifa, entre eles José Maria Marin.

Deserção 

Na segunda-feira, mais um membro da cúpula da Fifa pediu sua demissão, em apenas quatro dias das eleições que reconduziram Blatter a mais quatro anos de mandato. Heather Rabbatts, que fazia parte do grupo de trabalho antidiscriminação da Fifa, abandonou seu cargo.

Ela acusou a entidade de não fazer o suficiente para se reformar. "Isso é inaceitável", disse. Além dela, mais duas outras pessoas já deixaram a Fifa, entre elas o vice-presidente David Gills, em protesto a Blatter.

A entidade ainda anunciou na segunda-feira a suspensão provisória de Enrique Sanz, secretário-geral da Concacaf, envolvido nas investigações da Justiça norte-americana.

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