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Mineração deve buscar funcionários na África, diz bilionária

Gina Rinehart disse ainda que a indústria de mineração pode encontrar mão-de-obra muito mais barata na África

Gina Rinehart, herdeira e presidente do grupo Hancock Prospecting
 (Tony Ashby/AFP)

Gina Rinehart, herdeira e presidente do grupo Hancock Prospecting (Tony Ashby/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 20h59.

Sidney - A mulher mais rica da Ásia, a magnata Gina Rinehart, alertou nesta quarta-feira que a Austrália está se tornando muito cara para empresas de mineração.

Ela disse ainda que a indústria de mineração pode encontrar mão-de-obra muito mais barata na África.

Os comentários de Rinehart, prontamente censurados pela primeira-ministra Julia Gillard, coincidem com a crescente preocupação com o boom de mineração da Austrália, diante da demanda mais fraca do principal consumidor, a China.

Além disso, os preços do minério de ferro estão em queda, atingindo o menor patamar em quase três anos.

Na semana passada, a Fortescue Metals Group Ltd, da Austrália, disse que reduziria seu gasto de capital em 25 por cento e que recuaria nos planos de expansão, enquanto a BHP Billiton Ltd deixou de lado uma expansão em mina de cobre e ouro de 20 bilhões de dólares na Austrália, e colocou todas as outras aprovações ao redor do mundo em posição de espera.


"A evidência é indiscutível de que a Austrália está se tornando muito cara e muito pouco competitiva para realizar um negócio orientado para exportação", disse Rinehart ao Clube de Mineração de Sidney, em uma rara aparição pública. Um vídeo de seu discurso foi publicado no site do clube.

"Os africanos querem trabalhar, e seus trabalhadores estão querendo trabalhar por menos de 2 dólares por dia", disse ela no vídeo. "Tais estatísticas me fazem me preocupar com o futuro deste país.

"Estamos nos tornando um país de alto custo e alto risco para investimento."

Rinehart, cuja fortuna foi estimada pela revista Forbes em 18 bilhões de dólares em fevereiro, opõe-se à recente taxa de mineração introduzida, que criou tensões com o governo de Gillard.

Ela também pediu que as mineradoras permitam trazer trabalhadores de fora do país, e sua companhia, a Hancock Prospecting, recebeu aprovação do governo em maio para contratar 1.700 trabalhadores estrangeiros de construção, para o projeto Roy Hill, no Estado da Austrália Ocidental.

Gillard criticou as observações de Rinehart, dizendo que o setor de recursos estava indo bem e que possui um investimento de 500 bilhões de dólares, dos quais quase metade em estágio avançado.


"Não é o jeito australiano balançar 2 dólares às pessoas, jogar uma moeda de ouro e pedir que eles trabalhem por um dia", disse Gillard aos jornalistas. "Nós apoiamos salários australianos adequados e condições decentes de trabalho."

As considerações de Rinehart são as mais recentes a ter a economia da Austrália como alvo.

Em uma coluna publicada na semana passada, em revista sobre mineração, Rinehart disse que os australianos precisam reclamar menos e trabalhar mais se quiserem ser ricos.

"Não há monopólio em se tornar um milionário. Se você é invejoso daqueles com mais dinheiro, não fique sentado reclamando, faça algo para fazer mais dinheiro você mesmo", escreveu ela na revista Australian Resources and Investment. "Gastar menos tempo bebendo, fumando e socializando e mais tempo trabalhando."

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