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Militares são mortos no Sudão do Sul e EUA enviam tropas

Três capacetes azuis indianos foram assassinados em uma base das Nações Unidas no Sudão do Sul

Capacete azul da ONU em missão do Sudão do Sul: Estados Unidos enviam soldados ao país para proteger os cidadãos americanos (Tim Mckulka/AFP)

Capacete azul da ONU em missão do Sudão do Sul: Estados Unidos enviam soldados ao país para proteger os cidadãos americanos (Tim Mckulka/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 07h53.

Nova York - Três capacetes azuis indianos foram assassinados nesta quinta-feira em uma base das Nações Unidas no Sudão do Sul, no momento em que os Estados Unidos enviam soldados ao país para proteger os cidadãos americanos.

O embaixador da Índia na ONU, Asoke Mukerji, informou que os três capacetes azuis foram escolhidos como "alvo e, assassinados" durante o ataque de um grupo de jovens da etnia Lou Nuer contra a base de Akobo, no estado de Jonglei, onde estavam refugiados mais de 30 civis de grupos étnicos rivais.

"Esta manhã as milícias atiraram e mataram três soldados indianos no Sudão do Sul", declarou o embaixador indiano.

Segundo o porta-voz Farhan Haq, diante da ação, 40 capacetes azuis indianos da base foram transferidos para um campo militar do Sudão.

De acordo com a ONU, os jovens forçaram a entrada na base - onde estavam refugiados 30 civis da etnia Dinka, e "não houve combate" com os capacetes azuis.

Diante da crescente instabilidade no Sudão do Sul, os Estados Unidos enviaram 45 militares com a missão de "garantir a proteção dos cidadãos e dos interesses americanos" no país, informou o presidente Barack Obama ao Congresso em Washington.

"Esta ação faz parte da minha responsabilidade de proteger os cidadãos americanos, tanto em casa como no estrangeiro, e é baseada nos interesses de segurança nacional e política externa dos Estados Unidos...", disse Obama em sua mensagem ao Congresso.

O presidente americano advertiu que "os recentes combates ameaçam mergulhar o Sudão do Sul novamente nos dias obscuros do passado". "As lutas para acertar contas políticas ou desestabilizar o governo devem parar imediatamente. A retórica inflamada pela violência deve cessar".


"O Sudão do Sul está à beira do abismo", mas seus líderes "tem uma opção: podem deter a violência e trabalhar para resolver as tensões de forma pacífica e democrática", disse Obama.

Segundo informações ainda não confirmadas, vários estudantes foram executados pelas forças de segurança na Universidade Juba, capital do país, na quarta-feira.

Centenas de estudantes haviam permanecido no campus da universidade e pediam proteção da ONU, explicou o porta-voz Farhan Haq.

Entre 2.000 e 5.000 civis se reuniram em outra área de Juda, conhecida como o complexo Kator, e também pediram ajuda à missão da ONU no Sudão do Sul, acrescentou Haq.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo "ao governo e às forças da oposição para que respeitem os direitos dos civis e garantam sua segurança".

Ban Ki-Moon também se disse "consternado" com a morte dos três capacetes azuis da ONU.

O embaixador paquistanês nas Nações Unidas, Massud Khan, que preside a sessão dedicada às operações de manutenção da paz, pediu um minuto de silêncio pelos três indianos mortos na base de Akobo.

O Sudão do Sul é sacudido por um conflito entre os seguidores do presidente Salva Kiir, da etnia Dinka, e do ex-vice-presidente Riek Machar, um Nuer.

Segundo a ONU, entre 500 e 800 pessoas teriam morrido nos confrontos esta semana entre facções do Exército leais a Salva Kiir e a Riek Machar, e a situação é "instável e confusa" no país.

Rebeldes leais a Riek Machar anunciaram nesta quinta a conquista de Bor, capital do estado de Jonglei, o que foi confirmado pelo porta-voz militar Philip Aguer.

O Sudão do Sul - um país rico em petróleo, mas com uma população muito pobre - vive em permanente instabilidade desde sua independência do Sudão, em 2011.

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