Mundo

Militares das Coreias reúnem-se após disparos na fronteira

Militares dispararam tiros contra balões soltos por grupo ativista no lado da Coreia do Sul, que carregavam folhetos com mensagens críticas ao líder norte-coreano

Coreias: foi a primeira vez em mais de três anos que oficiais militares de ambos os lados mantiveram conversas (Kim Hong-Ji/Reuters)

Coreias: foi a primeira vez em mais de três anos que oficiais militares de ambos os lados mantiveram conversas (Kim Hong-Ji/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 11h11.

Seul - Oficiais militares de alta patente das Coreias do Norte e do Sul se reuniram nesta quarta-feira para discutir recentes agressões na fronteira, incluindo troca de tiros, mas saíram do encontro sem resolver suas diferenças, informou o ministério da Defesa sul-coreano.

Militares da Coreia do Norte dispararam tiros na sexta-feira contra balões soltos por um grupo ativista no lado da Coreia do Sul, que carregavam folhetos com mensagens críticas ao líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Algumas salvas de munição caíram na Coreia do Sul e seus militares revidaram os tiros. Não houve vítimas.

No começo desta semana os dois lados trocaram fogo após um barco de patrulha da Coreia do Norte ter cruzado uma fronteira marítima há muito tempo contestada pelos norte-coreanos, em uma área na qual confrontos navais no passado mataram diversos marinheiros de ambos os lados.

Oficiais militares encontraram-se a pedido da Coreia do Norte na vila de Panmunjom, onde está em vigor uma trégua entre os lados na fronteira fortificada, disse o porta-voz do ministério da Defesa da Coreia do Sul, Kim Min-seok.

Essa foi a primeira vez em mais de três anos que oficiais militares de ambos os lados mantiveram conversas.

“O tom da reunião foi sincero, com ambos os lados dispostos a melhorar os laços, mas esta foi a primeira reunião (em um bom período de tempo) e houve pontos de vista diferentes, que não fomos capazes de estreitar”, disse ele.

Autoridades norte-coreanas exigiram que embarcações da Marinha sul-coreana não cruzassem o que o país considera sua fronteira marítima. Eles também pediram o fim da soltura de balões contendo panfletos de ativistas sul-coreanos, disse Kim. Há tempos a Coreia do Norte se queixa dos folhetos, considerando-os provocativos e ameaçando responder com força.

Mas antes de sexta-feira nunca havia feito isso. A mídia estatal da Coreia do Norte disse, no sábado, que as esperadas conversas com o Sul para tentar melhorar os laços poderiam ser canceladas, sob o motivo de que autoridades da Coreia do Sul haviam permitido que ativistas soltassem os balões.

A Coreia do Sul diz não ter justificativa legal para parar as atividades de grupos privados, mas que os alertou contra mandar folhetos para o outro lado, por questões de segurança. A Coreia do Norte enviou uma delegação para o Sul em 4 de outubro e concordou em retomar o diálogo que foi suspenso em fevereiro, aumentando esperanças de uma melhoria nas relações entre as duas partes.

Na quarta-feira, a Coreia do Sul propôs para 30 de outubro uma reunião para discutir a reunião de famílias separadas durante a Guerra da Coreia, e para tratar das sanções sobre a Coreia do Norte impostas após os confrontos em 2010 que mataram soldados e civis no Sul.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do NorteCoreia do Sul

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais