Um grupo aliado aos jihadistas do Estado Islâmico reivindicou o sequestro de um francês na Argélia (Ho/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 21h33.
Paris/Argel - Um cidadão francês foi raptado no leste da Argélia no domingo, informou o Ministério das Relações Exteriores da França, e seus sequestradores divulgaram um vídeo ameaçando matá-lo se Paris não interromper sua intervenção no Iraque.
Os Soldados do Califado, grupo ligado aos militantes do Estado Islâmico, publicaram o vídeo na Internet pouco depois do anúncio do ministério francês nesta segunda-feira, assumindo a responsabilidade pelo sequestro e mostrando um homem que se identificou como Hervé Gourdel, de 55 anos, da cidade de Nice, no sul da França.
O grupo disse que irá matar Gourdel se a França não frear sua atuação no território iraquiano. Mais tarde a pasta confirmou a autenticidade do vídeo.
O sequestro aconteceu poucas horas depois de o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, exortar os seguidores do grupo a atacar cidadãos dos Estados Unidos, França e outros países que se uniram à coalizão para destruir a facção radical.
“Um cidadão francês foi sequestrado no domingo, na Argélia, na região de Tizi Ouzou, onde passava as férias”, declarou o porta-voz adjunto do Ministério das Relações Exteriores, Alexandre Georgini.
Citando uma declaração do Ministério do Interior, a agência estatal de notícias argelina APS informou que o francês, que descreveu como guia montanhista, foi levado no vilarejo de Ait Ouabane quando viajava em um veículo com alguns argelinos.
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse nesta segunda-feira que a tomada do refém francês na Argélia não deterá a participação francesa na coalizão de países liderada pelos Estados Unidos contra militantes do Estado Islâmico, que tomaram grandes áreas de território no Iraque e na Síria.
"Faremos tudo que pudermos para libertar os reféns", afirmou o chanceler Fabius a jornalistas. "Mas um grupo terrorista não pode mudar a posição da França."
A França, que nesta segunda-feira aumentou o nível de ameaça em 30 de suas embaixadas no Oriente Médio e na África, lançou seus primeiros ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque na sexta-feira, e afirmou que tudo deve ser feito para livrar a região do grupo.