Moscou - O primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, declarou nesta quarta-feira que as milícias da entidade separatista pró-russa se preparam para a guerra, pois o governo de Kiev denunciou o acordo de separação de forças na zona do conflito.
"A Ucrânia revogou sua assinatura do acordo para estabelecer a linha de separação, nos preparamos para a guerra", disse Zakharchenko, citado pela agência "Interfax", durante uma visita à cidade de Makeevka, ao noroeste de Donetsk, principal reduto dos pró-Rússia nas regiões orientais ucranianas.
Antes, o vice-primeiro-ministro, Andrei Purguin, havia denunciado que as autoridades ucranianas descumpriram os acordos de Minsk, firmados em 19 de setembro.
"A Guarda Nacional ucraniana viola constantemente o cessar-fogo e bombardeia bairros residenciais. Civis morrem diariamente", disse Purguín à imprensa russa.
Segundo Zakharchenko, desde o início do conflito armado em Dombass, território que abrange as regiões de Donetsk e Lugansk, as milícias registraram 384 mortes.
O líder da República Popular de Donetsk se pronunciou nesta quarta-feira contra a unificação com a vizinha e também autoproclamada República Popular de Lugansk.
"A unificação das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk não é conveniente na etapa atual. É diferente o nível de desenvolvimento das repúblicas", disse.
Zakharchenko é o principal candidato ao governo de Donetsk nas eleições que serão realizadas no domingo, aos mesmo tempo que as de Lugansk.
Além dos líderes das entidades separatistas, serão escolhidos os Parlamentos das repúblicas nas eleições. A legalidade dos pleitos não é reconhecida por Kiev.
Segundo o acordo assinado em Minsk, capital de Belarus, no qual foi estabelecida uma trégua nos combates que causaram cerca de quatro mil mortes desde abril, seriam convocadas eleições locais para o dia 7 de dezembro nas duas regiões rebeldes, a fim de escolher seus órgãos de poder.
Os insurgentes responderam rejeitando essa alternativa e convocaram seu próprio pleito para o dia 2 de novembro, além de não participarem das eleições legislativas ucranianas, que foram realizadas no domingo em todo o país.
A Rússia, no entanto, já anunciou que reconhecerá os resultados das eleições de Donetsk e Lugansk.
"Esperamos que as eleições sejam realizadas como foi combinado e certamente reconheceremos seus resultados", declarou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Ele também disse que espera que "a manifestação da vontade seja livre e não haja tentativas de frustrá-la".
A Rússia e os autoproclamados dirigentes separatistas entendem que as eleições para escolher os Parlamentos regionais e seus líderes fazem parte dos acordos de Minsk para a regulação do conflito no leste.
O embaixador da União Europeia em Moscou, o lituano Vygaudas Usackas, advertiu nesta quarta-feira que o reconhecimento das eleições nas regiões separatistas ucranianas pela Rússia poderia "ter consequências negativas".
"Não ajudaria ao interesse que temos na UE de rever as sanções (à Rússia), e temo que poderia ter consequências negativas que gostaríamos de evitar", disse o diplomata em entrevista coletiva.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)