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Milícias e governo centro-africano fecham acordo de cessar-fogo

A associação humanitária assinalou que este pacto abre a via a "um caminho para a pacificação" da República Centro-Africana, em guerra civil desde 2012

RCA: as partes concordaram também em "respeitar às autoridades legítimas" surgidas das eleições presidenciais de dezembro de 2016 (Siegfried Modola/Reuters)

RCA: as partes concordaram também em "respeitar às autoridades legítimas" surgidas das eleições presidenciais de dezembro de 2016 (Siegfried Modola/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de junho de 2017 às 19h10.

Roma - O governo da República Centro-Africana e os grupos político-militares do país fecharam nesta segunda-feira em Roma um acordo de cessar-fogo, graças à mediação da organização Sant'Egidio, que considera este compromisso "a primeira etapa para uma paz definitiva".

A associação humanitária assinalou que este pacto político abre a via a "um caminho para a pacificação" da República Centro-Africana, em guerra civil desde dezembro de 2012 e com graves tensões internas que provocaram numerosas vítimas e milhares de refugiados.

O presidente do agrupamento católico, Marco Impagliazzo, disse em coletiva de imprensa que as partes se comprometem à "imediata aceitação de um cessar-fogo em todo o território nacional e sob o controle da comunidade internacional".

"Nós nos comprometemos com a colocação em prática imediata por parte dos grupos politico-militares de um cessar-fogo em todo o território nacional, com o controle da comunidade internacional, como etapa fundamental para um caminho para a paz definitiva, para a cessação de todo tipo de hostilidades", destaca a declaração.

Em paralelo, o governo se compromete a permitir a representatividade de todos os grupos politico-militares "no desenvolvimento da vida política e democrática do país".

As partes concordaram também em "respeitar às autoridades legítimas" surgidas das eleições presidenciais de dezembro de 2016 e "trabalhar para construir uma dinâmica de reconciliação", especificou Impagliazzo.

Por outro lado, se fomentará a livre de circulação de pessoas e bens pelo país, eliminando "todas as barreiras ilegais que foram criadas até este momento".

Do ponto de vista humanitário, os signatários se comprometem a aplicar os programas nacionais de reconstrução e desenvolvimento e, sobretudo, a permitir a livre circulação de ONGs nacionais e internacionais, bem como a garantir a sua proteção após os atos de violência dos quais foram alvo.

Os signatários são, por parte do governo, o ministro de Relações Exteriores, Charles Armel Doubane, e Georges Isidore Alphonse Dibert, conselheiro politico do presidente da República, Faustin-Archange Touadéra.

Doubane expressou sua satisfação por este acordo e o definiu como "uma oportunidade para pôr fim à violência ".

"Necessitamos da paz para construir outro país, um novo país (...) Com este acordo temos muitas oportunidades de levar a paz ao coração da África", declarou o titular de Exteriores em uma rápida declaração à imprensa.

Pelo outro lado, assinaram o acordo representantes de todos os grupos político-militares que operam no país, como a Frente Popular para a Renovação na República Centro-Africana (FPRC), a União pela Paz na República Centro-Africana (UPC) e a Frente Democrática do Povo Centro-africano (FDPC), entre muitas outras.

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