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Milhões de pessoas em confinamento na China por novos focos de covid-19

Desde 1º de junho, muitas restrições foram suspensas, mas alguns bairros permanecem temporariamente fechados após a detecção de alguns casos

Covid-19: O ministério da Saúde informou 300 casos da doença nesta quarta-feira em todo o país (Paul Yeung/Bloomberg via/Getty Images)

Covid-19: O ministério da Saúde informou 300 casos da doença nesta quarta-feira em todo o país (Paul Yeung/Bloomberg via/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de julho de 2022 às 07h53.

Dezenas de milhões de pessoas entraram em confinamento nesta quarta-feira (6) na China devido ao aumento dos casos de covid-19, o que provoca o temor do retorno de restrições draconianas em Xangai.

A maior cidade da China permaneceu em confinamento durante dois meses na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil) e as rígidas condições impostas revoltaram parte de seus 25 milhões de habitantes.

Leia também: OMS: quadro mais provável é covid-19 assumir "condição endêmica"

Desde 1º de junho, muitas restrições foram suspensas, mas alguns bairros permanecem temporariamente fechados após a detecção de alguns casos. Um aumento de contágios foi registrado desde o fim de semana e Xangai contabilizou 24 novos casos nesta quarta-feira.

As autoridades iniciaram uma nova série de testes em larga escala em metade dos distritos de Xangai após o aumento de casos desde o fim de semana. Nesta quarta-feira ordenaram o fechamento dos bares de karaokê após a detecção de alguns contágios originários destes locais.

Cinco semanas após a suspensão do confinamento, parte dos moradores teme a volta das restrições. Alguns moradores relataram nas redes sociais que receberam porções de alimentos do governo, como aconteceu há alguns meses.

"Deixe-me contar uma história de medo: o distrito de Putuo está enviando legumes de novo", postou um morador na rede WeChat.

"Estou muito nervoso, a epidemia destruiu minha juventude. Vou enlouquecer", escreveu outro morador de Xangai na rede Weibo.

O ministério da Saúde informou 300 casos da doença nesta quarta-feira em todo o país. A principal região afetada é a província de Anhui (leste), onde 1,7 milhão de pessoas de duas áreas rurais estão em confinamento.

Mais de mil casos foram registrados desde a semana passada, com infecções na província de Jiangsu (leste), na fronteira com Xangai e uma região de grande produção.

A grande cidade de Xi'an, com 13 milhões de habitantes e lar dos famosos Guerreiros de Terracota, foi colocada sob "medidas temporárias de controle" após a detecção de 29 contágios desde sábado.

Locais de entretenimento, incluindo pubs, cafés e bares de karaokê, foram fechados a partir da meia-noite de quarta-feira, informou o governo local. A imprensa estatal divulgou imagens dos moradores de Xi'an em filas para testes após meia-noite, ao mesmo tempo que insistiu que a cidade não está em confinamento.

As autoridades atribuíram o surto na cidade à subvariante BA.5.2 da ômicron, que é mais transmissível e escapa da imunidade. "Os casos positivos são todos do ramo BA.5.2 da variante ômicron. Um trabalho de rastreamento epidemiológico está em andamento", disse Ma Chaofent, do Departamento de Saúde de Xi'an, em entrevista coletiva.

Os novos casos são um desafio para o presidente Xi Jinping, que na semana passada reafirmou o compromisso com a estratégia chinesa de 'covid zero', apesar do crescente custo econômico. O governo considera a estratégia necessária para evitar custos médicos e proteger os idosos, que têm índice de vacinação baixo.

Mas o impacto da estratégia na atividade econômica é muito elevado e várias empresas permanecem fechadas ou funcionam em ritmo lento.

De acordo com estimativas do banco Nomura, pelo menos 114 milhões de chineses enfrentam várias restrições de deslocamentos, alguns deles em confinamento. Há uma semana, eram 66 milhões.

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