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Milhões de fiéis iniciam peregrinação em Meca, sob o calor da Arábia Saudita

Peregrinação é a primeira com tantos fiéis desde a pandemia de covid19

 (Saudi Ministry of Media/Reuters)

(Saudi Ministry of Media/Reuters)

Publicado em 25 de junho de 2023 às 12h45.

Mais de dois milhões de muçulmanos iniciaram a peregrinação anual a Meca neste domingo(25), no calor intenso do verão saudita, a primeira com tantos fiéis no reino árabe desde a pandemia de covid-19. 

O local mais sagrado do Islã espera receber um número recorde de pessoas este ano. Até sexta-feira, 1,6 milhão de estrangeiros haviam chegado ao local.

Um funcionário Ministério Saudita do Hajj e Umrah, afirmou, sob anonimato, que "o número de peregrinos ultrapassará os 2,5 milhões".

O hajj começou no início do domingo com o "tawaf", a caminhada em círculo em torno da Caaba, a  estrutura cúbica no centro da Grande Mesquita para a qual milhões de muçulmanos rezam diariamente.

"O sonho se tornou realidade", disse o egípcio Abdel Azim, de 65 anos, que economizou por 20 anos para pagar a taxa de seis mil dólares para participar (cerca de 28 mil reais na cotação atual).

O hajj é um dos cinco pilares do islã que todo muçulmano com recursos suficientes deve cumprir ao menos uma vez na vida.

Os rituais acontecem durante quatro dias em Meca e seus arredores, no oeste da Arábia Saudita.

No domingo à noite, os peregrinos começarão a se mover em direção a Mina, a cerca de cinco quilômetros da Grande Mesquita, antes do clímax do hajj no Monte Arafat, onde acredita-se que o profeta Maomé tenha feito seu último sermão.

"Grande benção"

Fora da Grande Mesquita, milhares de peregrinos rezavam nos tapetes coloridos que enfeitam a calçada, no caso dos homens, vestidos com uma túnica branca.

Ambulâncias, clínicas móveis e caminhões de bombeiros foram mobilizados para atender a qualquer emergência ou incidente médico.

O hajj representa um grande desafio de segurança. Vários desastres ocorreram ao longo dos anos, incluindo um tumulto em 2015 que deixou cerca de 2.300 mortos.

"É uma grande bênção, nunca imaginei fazer o hajj este ano", disse Yusuf Burhan, um estudante indonésio de 25 anos.

Protegidos do sol forte por guarda-chuvas brancos, a polícia patrulhava a pé, enquanto outros funcionários borrifavam água nos peregrinos para refrescá-los em temperaturas que chegam a 45ºC.

No total, mais de 32.000 profissionais de saúde estarão disponíveis para tratar casos de insolação, desidratação e exaustão, segundo as autoridades sauditas.

O hajj, que custa pelo menos 5 mil dólares por pessoa (23 mil reais), é uma importante fonte de renda para o maior exportador de petróleo do mundo, que tenta diversificar sua economia para além dos combustíveis fósseis.

O deste ano será a maior desde 2019, quando participaram 2,5 milhões de pessoas. Apenas 10 mil foram autorizados em 2020, em meio à pandemia do coronavírus, e subiram para quase 59 mil em 2021.

O hajj também demonstra as reformas sociais no país conservador. A peregrinação deste ano será a maior desde que a Arábia Saudita suspendeu as regras em 2021 que impediam as mulheres de participar sem um parente do sexo masculino.

Deixando a Grande Mesquita após as orações da tarde de sexta-feira, Ramot Ali, do Níger, estava exultante. "Estou muito feliz", resumiu a muçulmana do Níger.

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