Mundo

Milhares protestam no México contra governo Sheinbaum e violência

Ato convocado por jovens reúne milhares, cita caso Manzo e tem confronto diante do Palácio Nacional

Manifestantes avançam até o Palácio Nacional durante ato contra a política de segurança do governo Claudia Sheinbaum, na Cidade do México
 (Eva Fonseca/AFP)

Manifestantes avançam até o Palácio Nacional durante ato contra a política de segurança do governo Claudia Sheinbaum, na Cidade do México (Eva Fonseca/AFP)

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 20h27.

Milhares de pessoas marcharam neste sábado, 15, na Cidade do México para protestar contra a violência e criticar a política de segurança da presidente Claudia Sheinbaum. A manifestação foi convocada pelas redes sociais por representantes da chamada “Geração Z”, mas reuniu pessoas de diferentes idades, segundo constatou a AFP.

O ato ocupou avenidas centrais da capital. Muitos participantes usavam chapéus semelhantes ao de Carlos Manzo, prefeito de Uruapan, no estado de Michoacán, assassinado em 1º de novembro. Manzo ganhou notoriedade por atuar diretamente em ações contra o crime. Na véspera, a atual prefeita de Uruapan e viúva de Manzo, Grecia Quiroz, afirmou que o “Movimento do Chapéu”, criado pelo político morto, não tinha relação com a marcha.

Na quinta-feira, Sheinbaum questionou os chamados à mobilização, classificando a convocação como “inorgânica” e “paga”. A presidente afirmou que o impulso ao ato teria sido promovido “inclusive do exterior”.

Manifestantes usam chapéus associados a Carlos Manzo durante a marcha contra a violência e a política de segurança do governo Claudia Sheinbaum, na Cidade do México (Eva Fonseca/AFP)

Cartazes com mensagens como “Todos somos Carlos Manzo” foram exibidos durante a caminhada, ao lado da bandeira pirata do mangá japonês One Piece, que tem sido usada como símbolo em protestos de jovens em diferentes países.

Os manifestantes avançaram até o Palácio Nacional, onde a presidente vive e despacha, e derrubaram parte das grades metálicas que cercam o prédio no Zócalo, principal praça do país. Policiais acionaram extintores e lançaram gás lacrimogênio para conter o grupo, de acordo com um jornalista da AFP. Manifestantes arremessaram objetos contra as forças de segurança, que responderam com escudos e projéteis.

“Era assim que vocês deveriam ter protegido Carlos Manzo”, gritavam alguns participantes. Raúl Cortés, funcionário de 52 anos, disse à AFP que esta foi “a primeira marcha” de que participou “em que civis são a favor da violência”.

Manifestantes ocupam avenidas da Cidade do México em ato convocado por jovens contra a violência e a política de segurança do governo Claudia Sheinbaum (Eva Fonseca/AFP)

No cargo desde 1º de outubro de 2024, Sheinbaum mantém aprovação acima de 70%, mas enfrenta críticas relacionadas à segurança, especialmente após assassinatos de alto perfil em Michoacán.

Além de Manzo, Bernardo Bravo, líder dos produtores de limão da região, foi morto a tiros no fim de outubro. Ele havia denunciado casos de extorsão, prática que a presidente reconhece não ter conseguido conter.

  • *Com informações da AFP
Acompanhe tudo sobre:Cidade do MéxicoMéxico

Mais de Mundo

Obesidade, diabetes e outras doenças podem negar vistos a imigrantes nos EUA

Crime, emprego e imigração: o que influencia as eleições no Chile neste domingo?

Tempestade deixa uma morta e 20 feridos em Albufeira, Portugal

Bomba da Segunda Guerra força retirada de 20 mil pessoas na Alemanha