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Milhares protestam na Colômbia para exigir que o Congresso aprove reformas de Petro

O presidente de esquerda denuncia um 'bloqueio institucional' do Parlamento contra suas reformas trabalhista e da saúde

A supporter of Colombia's President Gustavo Petro holds up a sign that reads "He represents us and has our support" during a rally in Bogota on March 18, 2025, to pressure Congress to approve the government reforms. Colombia's President Gustavo Petro has called for a referendum on a signature labor bill after it was torpedoed by senators in the latest setback to his left-wing reform agenda. Petro issued a call for Colombians "to mobilize" on March 18 across the country against the "sinking" of the legislation. (Photo by RAUL ARBOLEDA / AFP) (AFP)

A supporter of Colombia's President Gustavo Petro holds up a sign that reads "He represents us and has our support" during a rally in Bogota on March 18, 2025, to pressure Congress to approve the government reforms. Colombia's President Gustavo Petro has called for a referendum on a signature labor bill after it was torpedoed by senators in the latest setback to his left-wing reform agenda. Petro issued a call for Colombians "to mobilize" on March 18 across the country against the "sinking" of the legislation. (Photo by RAUL ARBOLEDA / AFP) (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 19 de março de 2025 às 09h10.

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Milhares de simpatizantes do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tomaram as ruas das principais cidades na terça-feira, 18, para exigir que as reformas apresentadas pelo governo sejam aprovadas pelo Congresso, que, ao mesmo tempo, rejeitou a proposta de mudança no sistema trabalhista do país.

Em Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla e outras capitais, manifestantes marcharam com bandeiras e cartazes em apoio às reformas trabalhista e da saúde, principais bandeiras do primeiro governo de esquerda da Colômbia. Sem maioria no Congresso, Petro enfrenta dificuldades para concretizar seus projetos.

Na Praça de Bolívar, no centro de Bogotá, reuniram-se indígenas, camponeses e outros manifestantes para ouvir um longo discurso do presidente, que misturou críticas à "oligarquia" com suas habituais referências ao prêmio Nobel de literatura Gabriel García Márquez e ao libertador Simón Bolívar.

"O Congresso da Colômbia está dando as costas ao povo (...). Não somos escravos, não somos servos do poder, somos seres humanos" - afirmou.

Na última quarta-feira, congressistas da oposição assinaram um parecer para arquivar o projeto de lei que buscava reformar as condições de trabalho.

Enquanto os protestos avançavam, parlamentares debatiam e, por fim, rejeitaram a reforma dentro do Congresso.

Consulta popular


Petro denuncia um "bloqueio institucional" e decretou um dia cívico para permitir que servidores públicos participassem da manifestação.

"Estamos prontos para desmontar uma por uma as falácias usadas contra uma reforma tão necessária" - declarou à imprensa o ministro do Trabalho, Antonio Sanguino, presente na marcha.

Após o golpe do Congresso contra a reforma trabalhista, Petro anunciou que convocará uma consulta popular para que a população decida o futuro do projeto.

"Os oligarcas, os donos do dinheiro, os que matam e assassinam já saíram gritando contra a consulta popular porque têm medo do povo (...). Estão convocados, a consulta popular começa agora, a mobilização será permanente e crescente" - declarou o presidente sob aplausos.

"A consulta acontecerá de qualquer maneira", reforçou mais tarde o ministro do Interior, Armando Benedetti, em entrevista a veículos de comunicação.

Antes disso, o Legislativo já havia rejeitado a reforma da saúde, com a qual o governo busca reduzir a participação de empresas privadas no sistema.

Campanha presidencial?


Petro antecipou alguns temas da consulta, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.

"A primeira pergunta (...) é se a jornada de trabalho deve terminar às 18h ou às 21h, como ocorre atualmente", escreveu no X, referindo-se ao horário utilizado para calcular o pagamento de horas noturnas aos trabalhadores.

Petro reconhece 'fracasso' diante da violência da guerrilha do ELN na Colômbia
O líder de esquerda assumiu o poder em 7 de agosto de 2022 com o apoio do Congresso, que aprovou uma reforma tributária para aumentar impostos sobre os mais ricos.

No entanto, o apoio se desfez, e desde então Petro tem recorrido a seus seguidores para pressionar o Legislativo a aprovar seus projetos.

Além disso, enfrenta uma crise no gabinete com a renúncia de altos funcionários – a mais recente, nessa terça-feira, do ministro da Fazenda, Diego Guevara, anunciada pelo próprio no X, após uma "conversa pessoal, tranquila e amigável" com o presidente.

A oposição afirma que a convocação da consulta popular é, na verdade, o início de uma campanha oficialista com vistas às eleições presidenciais de 2026, das quais Petro não pode participar por lei.

Em uma mensagem de apoio, o ex-presidente uruguaio e referência da esquerda latino-americana, José "Pepe" Mujica, incentivou Petro a continuar "lutando por uma humanidade melhor".

"Tenho que te felicitar, ainda que muitos do seu povo não te compreendam. Continue lutando pela paz, que, no fundo, é lutar pela vida humana. Isso, que parece tão simples e elementar, costuma ser o que mais esquecemos", disse Mujica, de 89 anos, em um vídeo divulgado nas redes sociais e reproduzido por diversos meios.

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