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Milhares protestam contra reforma em Burkina Faso

Milhares de pessoas voltaram a protestar na capital de Burkina Faso contra projeto de reforma constitucional

Pessoas fazem marcha em Burkina Faso contra projeto que permitiria prorrogar o mandato do presidente (Joe Penney/Reuters)

Pessoas fazem marcha em Burkina Faso contra projeto que permitiria prorrogar o mandato do presidente (Joe Penney/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 13h17.

Ouagadougou - Milhares de pessoas voltaram a protestar nesta quarta-feira, na capital de Burkina Faso, contra um projeto de reforma constitucional que permitiria prorrogar o mandato do presidente Blaise Compaoré, após 27 anos no poder.

Centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas na terça-feira em Ouagadougou pelo mesmo motivo.

A oposição afirma que o número de manifestantes chegou a um milhão, algo histórico no continente africano.

Durante o protesto foram registrados confrontos entre jovens e a polícia.

Uma greve convocada pelos sindicatos e a sociedade civil provocou lentidão nesta quarta-feira no funcionamento dos serviços públicos e em algumas empresas.

O Parlamento do país examinará na quinta-feira um projeto de lei polêmico, que pretende revisar o artigo 37 da lei fundamental para permitir a Compaoré, que deve abandonar o poder em 2015, governar durante três quinquênios, ao invés de dois.

A mudança permitiria que ele disputasse novamente as eleições presidenciais.

Compaoré, que chegou ao poder em 1987 com um golpe de Estado, concluirá no próximo ano seu segundo quinquênio (2005-2015), depois de dois mandatos de sete anos (1992-2005).

Compaoré tinha 36 anos quando tomou o poder em outubro de 1987, após um golpe de Estado contra seu outrora amigo Thomas Sankara, um carismático e jovem líder conhecido como o "Che Guevara Africano", que foi assassinado depois de ser derrubado do poder.

A oposição teme que a mudança constitucional, que não deveria ter caráter retroativo, leve o chefe de Estado, eleito quatro vezes com maioria esmagadora, a tentar permanecer no poder por mais 15 anos.

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