Representante especial da ONU advertiu que é preciso vigilância para prevenir que os militantes shebab ligados à Al-Qaeda recebam apoio de grupos extremistas (Tony Karumba/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2015 às 14h38.
Nova York - Sete mil refugiados somalis deixaram o Iêmen desde o início da campanha de bombardeios liderada pela Arábia Saudita, piorando a já crítica situação humanitária na Somália, afirmou um enviado da ONU nesta terça-feira.
Nicholas Kay, representante especial das Nações Unidas para a Somália, também advertiu o Conselho de Segurança que é preciso vigilância para prevenir que os militantes shebab ligados à Al-Qaeda recebam mais apoio de grupos extremistas no Iêmen.
"Devemos acompanhar a situação de perto para poder responder a qualquer indício de que o Al-Shebab se beneficie de suas ligações com grupos extremistas no Iêmen", disse Kay aos delegados dos 15 países membros do corpo executivo da ONU.
A Somália recebeu 7.000 refugiados do Iêmen desde o fim de março, quando a coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou sua campanha de ataques aéreos. A grande maioria deles são refugiados somalis que voltam para casa, acrescentou Kay.
Estes refugiados se somam a outros três milhões de somalis que enfrentam escassez de alimentos, 730.000 dos quais não cobrem suas necessidades básicas diárias de alimentos.
"A situação alimentar na Somália continua sendo alarmante", disse Kay.
A Somália, afundada em uma sangrenta guerra civil desde a queda do presidente Siad Barre em 1991, carece de um verdadeiro governo central.