Os professores estão em pé de guerra contra a falta de atratividade de uma profissão envelhecida, exigindo melhores condições de estabilidade e progressão na carreira (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 11 de fevereiro de 2023 às 20h49.
Milhares de professores se manifestaram neste sábado (11) em Lisboa, capital de Portugal, em mais um dia de protestos para exigir melhorias salariais e trabalhistas.
"Mais de 150 mil pessoas" participaram do protesto, segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), principal sindicato do setor.
"É provavelmente a maior manifestação de professores" que Portugal já viu, afirmou o seu secretário-geral, Mário Nogueira.
Augusto Figueiredo, de 64 anos, declarou-se "indignado" com os "salários miseráveis, as avaliações discriminatórias, os horários desumanos (...)". "Esta é a realidade da nossa profissão hoje", acrescentou.
"Estamos muito cansados, ninguém nos ouve, este governo tem que nos ouvir", disse à AFP João Tristão, professor de educação física.
Os professores estão em pé de guerra contra a falta de atratividade de uma profissão envelhecida, exigindo melhores condições de estabilidade e progressão na carreira, bem como salários em linha com a inflação.
Os manifestantes também exigem que sejam levadas em consideração as horas reais de trabalho.
"É preciso reconhecer esse tempo de trabalho", pediu Maria da Luz Ribeiro, professora de inglês de 68 anos. "Fui obrigada a trabalhar mais para melhorar minha aposentadoria", acrescentou a mulher, que se aposentou no ano passado.
A manifestação deste sábado é a mais recente de uma série de protestos e greves que acontecem desde janeiro e levaram ao fechamento de escolas em Portugal.
O ministro da Educação se reunirá com os sindicatos na próxima semana em uma nova rodada de negociações.