Protestos contra o governo no Sudão (Mohamed Nureldin Abdallah/File Photo/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 15h10.
Cartum, 6 jan (EFE).- Milhares de pessoas saíram neste domingo às ruas de Cartum, pela terceira semana consecutiva, e se dirigiram para o Palácio Presidencial de Omar al-Bashir para pedir sua renúncia, em uma manifestação na qual foram detidos cinco professores universitários.
A Associação de Profissionais Sudaneses convocou para hoje manifestações que tinham como destino final o palácio de Al-Bashir, em Cartum, embora as forças de segurança tenham dispersado os manifestantes antes de chegarem ao local, segundo constatou a Agência Efe.
No Mercado Árabe, um dos quatro pontos determinados pela associação para a manifestação e perto da avenida que leva ao Palácio Presidencial em Cartum, os oficiais lançaram gás lacrimogêneo e detiveram dezenas de pessoas no centro da capital, disseram testemunhas.
Essa informação não pôde ser verificada por outras fontes oficiais.
Novamente, os manifestantes cantaram palavras de ordem como: "Revolução, revolução até a vitória" e "o povo quer derrubar o regime" de Al-Bashir, que está no poder desde 1989, quando chegou à presidência após um golpe de estado.
A Associação de Profissionais Sudaneses afirmou no Facebook que professores da Universidade de Cartum se concentraram diante da residência dos professores em protesto pela situação do país e para pedir a saída de Bashir.
Na nota, a associação indicou que "as forças de segurança atacaram os professores e detiveram cinco deles, "sem dar mais detalhes.
A associação de trabalhadores, de tendência esquerdista, liderou as convocações desde o começo das mobilizações em 19 de dezembro, que aconteceram em várias regiões do Sudão e às quais se somaram estudantes e os principais partidos da oposição para denunciar a carestia e crise econômica.
Segundo organizações de direitos humanos internacionais, dezenas de pessoas morreram pelas mãos das forças de segurança sudanesas no transcurso dos protestos, enquanto o Governo cifrou os mortos em 19, alguns deles soldados policiais. EFE