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Milhares de pessoas protestam em Madri contra o aborto

O presidente do governo, Mariano Rajoy, havia prometido antes de o PP vencer as eleições legislativas, em 2011, endurecer a lei do aborto

Milhares de pessoas contrárias ao aborto protestam em Madri em 22 de setembro de 2014 (Afp.com / DANI POZO)

Milhares de pessoas contrárias ao aborto protestam em Madri em 22 de setembro de 2014 (Afp.com / DANI POZO)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2014 às 15h09.

Madri - Dezenas de milhares de pessoas contrárias ao aborto protestaram neste sábado em Madri para exigir que o governo conservador não desista de sua promessa de restringir o direito das mulheres a essa prática, sob pena de retirar seu apoio eleitoral.

Exibindo cartazes com o lema "Cada vida importa", manifestantes de todas as idades e procedentes de vários lugares do país realizaram um protesto pelas principais ruas da capital, e ao passar em frente à sede do Partido Popular (PP, conservador) expressaram seu descontentamento com vaias.

"Abortistas! Assassinos! Vida, sim; aborto, não!", gritaram alguns.

O presidente do governo, Mariano Rajoy, havia prometido antes de o PP vencer as eleições legislativas, em 2011, endurecer a lei do aborto, mas desistiu em dezembro devido a divergências internas em seu próprio partido.

O mentor da reforma, Alberto Ruiz-Gallardón, renunciou na época como ministro da Justiça do governo de Rajoy.

A retirada dessa lei enfureceu os setores mais conservadores do PP, que ameaçam agora não votar no partido ou se abster nas próximas legislativas, previstas para o fim de 2015.

Em um dos cartazes era possível ler: "Rajoy podemos não votar".

"Estou decepcionado, possivelmente mudarei o voto. O aborto não é um direito, é uma tragédia", afirmou um dos manifestantes, José Vicente Romero, de 50 anos, que viajou à capital a partir de Alicante.

A reforma de Ruiz Gallardón teria colocado fim ao direito das mulheres de abortar nas primeiras 14 semanas de gravidez, como ocorre na maioria dos países europeus.

A reforma permitiria abortar apenas em casos de estupro, denunciados à polícia, e em casos de risco, certificado por médicos, para a saúde física ou mental da mãe.

Os grupos contrários ao aborto que organizaram esta manifestação pedem que o governo espanhol recupere e aplique a reforma.

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