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Milhares de pessoas protestam contra austeridade em Bruxelas

Protesto reuniu mais de 50 mil pessoas nas ruas da cidade contrárias as medidas do novo governo

Protesto na Bélgica: país conseguiu acordo para formar um governo depois 19 meses de indecisão (Georges Gobet/AFP)

Protesto na Bélgica: país conseguiu acordo para formar um governo depois 19 meses de indecisão (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 13h04.

Bruxelas - Milhares de pessoas saíram nesta sexta-feira às ruas de Bruxelas para protestar contra os cortes previstos pelo futuro governo da Bélgica.

"Não à austeridade cega! Temos outras alternativas!", dizia um cartaz que liderava a "manifestação nacional" organizada em Bruxelas por uma frente comum de sindicatos dos setores privado e público.

Provenientes de todas as partes do país, cerca de 50 mil pessoas, segundo a polícia, e mais de 80 mil, de acordo com os sindicatos, saíram às ruas ao ritmo do ruído ensurdecedor de fogos de artifício, de músicas dos Rolling Stones ou de Manu Chao.

"Foi um sucesso total porque nosso objetivo era alcançar 50 mil manifestantes", comemorou um responsável de um sindicato.

A manifestação ocorre em um contexto político complicado para o país, que está sem um governo de pleno exercício desde abril de 2010.

Após cerca de 540 dias de negociações intermináveis, um novo governo prestará juramento na segunda ou terça-feira, liderado pelo socialista Elio Di Rupo e apoiado por uma coalizão de seis partidos de direita, centro ou esquerda.

Os seis partidos políticos flamengos e francófonos entraram em acordo sobre um severo plano de cortes orçamentários destinados a reduzir o déficit da Bélgica a 2,8% do PIB em 2012 e alcançar o equilíbrio em 2015, para estar em conformidade com a Comissão Europeia.

A agência de classificação financeira Standard & Poor's rebaixou recentemente a nota de crédito da Bélgica obrigando os partidos, que se opunham a temas orçamentários, a fechar um compromisso.

A crise política revelou a profundidade da brecha que separa os flamengos do norte (60% da população) dos francófonos de Bruxelas e a região da Valônia.

Os sindicatos classificaram de "desequilibradas" as medidas, que não afetam o suficiente os "responsáveis da crise".

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