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Milhares de líbios honram seus heróis antes que CNT anuncie fim da guerra

Desfraldando a bandeira tricolor, com cantos de alegria e água de azahar, líbios felicitaram os combatentes

Desfraldando a bandeira tricolor, com cantos de alegria e água de azahar (flor de laranjeira), líbios felicitaram combatentes (Marco Longari/AFP)

Desfraldando a bandeira tricolor, com cantos de alegria e água de azahar (flor de laranjeira), líbios felicitaram combatentes (Marco Longari/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2011 às 17h32.

Benghazi (Líbia) - Milhares de líbios de Benghazi, onde começaram os protestos contra o regime de Muammar Kadafi, saíram neste sábado às ruas para receber seus heróis, um dia antes de o Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciar o fim da guerra.

Desfraldando a bandeira tricolor, com cantos de alegria e água de azahar (flor de laranjeira), os líbios se amontoaram ao longo de vários quilômetros em diferentes pontos de uma estrada da cidade para felicitar os combatentes.

Os revolucionários voltam depois que na quinta-feira passada puseram um fim no conflito armado, que explodiu em fevereiro, com a tomada de Sirte, cidade natal do ditador, que morreu após ser capturado.

'São uns heróis, uns heróis', gritava uma mulher a um grupo de milicianos que estavam em cima de uma caminhonete, o meio de transporte mais utilizado pelas milícias.

As buzinas dos carros, os disparos dos fuzis e as metralhadoras antiaéreas e os gritos se confundiram nos longos quilômetros da caravana, que em vários pontos passou minutos parada pela aglomeração de pessoas que a detém.

Enquanto esperam os revolucionários em ambos lados da estrada, os líbios lançam água de azahar, como se costuma fazer nas grandes ocasiões, ou entregam rosas que os milicianos colocam em seus fuzis ou nos parabrisas de seus carros.

Todos os pais querem que seus filhos se sentem ao lado de um homem armado, a maioria dos quais com roupa militar. Inclusive alguns deixam que as crianças e as pessoas façam alguns disparos para o alto com suas armas.


'Hoje me sinto livre', disse à Agência Efe Jalal al Mograbi, um miliciano que retorna para casa após dois meses lutando em Sirte.

Por sua parte, Muhamad Debreke, que passou quatro meses seguidos no fronte, afirmou que esperava a chegada deste dia e comentou que, pela resistência das forças do antigo regime em Sirte, sabiam que Kadafi estaria ali.

Todos os que vieram acompanhar esta marcha da vitória concordam que hoje é um dia para celebrar. 'Viemos compartilhar nossa alegria com os revolucionários', gritou de alegria Munsef Awani.

Após a chegada dos vencedores, o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, anunciará amanhã, também em Benghazi, a libertação total do país e o início de uma nova etapa política após 43 anos da chegada ao poder de Muammar Kadafi.

'Após o anúncio, o novo Governo será formado em um mês', disse à Efe o ministro da Saúde, Naji Barakat, que assegurou que não saber se o atual primeiro-ministro, Mahmoud Jibril, continuará à frente do Executivo.

'Ele mostrou sua intenção de não seguir', disse Barakat que, no entanto, não descartou a possibilidade de Jibril se manter no novo Governo de transição, que deverá dirigir o país até a realização de eleições parlamentares.

Além disso, Barakat destacou que na próxima semana, 'provavelmente no sábado', o CNT se transferirá para Trípoli.

Enquanto isso em Misrata, os cidadãos dessa cidade se aproximaram para ver os cadáveres de Kadafi e seu filho Mutasim expostos ao público, em um ato que o porta-voz Jalal al Galal quis destacar que não tem nada a ver com o CNT.

'As pessoas querem vê-lo, têm que ver para crer', acrescentou Galal, concluindo que sem Kadafi 'o mundo é melhor e mais seguro'.

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