Orbán: o atual governo se recusa a fazer parte da Promotoria Europeia contra a Fraude (Mikhail Svetlov/Getty Images)
EFE
Publicado em 23 de outubro de 2018 às 16h32.
Budapeste - Milhares de pessoas protestaram nesta terça-feira no centro de Budapeste contra as políticas e a suposta corrupção do governo do primeiro-ministro, o nacionalista Viktor Orbán, e exigiram que o país centro-europeu se integre à Promotoria Europeia, ao que o Executivo se opõe.
"Manifestação conjunta pela liberdade e contra a corrupção" foi o lema da marcha, convocada por vários grupos opositores por ocasião da lembrança da revolução antissoviética de 1956.
"É preciso demonstrar que os húngaros, quando lutamos pela Promotoria Europeia, dizemos "não" à corrupção e "sim" à Europa", afirmou hoje o deputado independente Ákos Hadházy, um dos organizadores do protesto.
Cerca de 120.000 pessoas assinaram no último mês um pedido, promovido por Hadházy, que exige a integração da Hungria na Promotoria Europeia, que deve começar a funcionar a partir de 2020.
O governo do conservador Orbán se recusa a fazer parte da Promotoria Europeia contra a Fraude, que perseguirá os crimes contra os interesses financeiros da União Europeia, já que considera que isto significaria uma limitação da soberania da Hungria.
No último mês de fevereiro, a imprensa húngara publicou trechos de um relatório do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), no qual se assinala que uma empresa do genro de Orbán poderia ter cometido uma fraude organizada para beneficiar-se de dinheiro comunitário.
A Hungria lembra hoje o 62º aniversário do início da revolução antissoviética de 23 de outubro de 1956, que acabou com o Estado comunista, e que em 4 de novembro daquele mesmo ano foi brutalmente esmagada pelo Exército Vermelho, da ainda existente União Soviética.