Madri: Marcha de estudantes atravessou o centro da cidade, em frente ao Ministério da Educação. (AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2013 às 22h20.
Exibindo cartazes com os dizeres "Nossa educação não pagará sua dívida!", milhares de estudantes espanhóis protestaram nesta quinta-feira em Madri contra os cortes que afetam as escolas e universidades.
"Estão privatizando, subindo taxas... Estão cortando (recursos) em pesquisas também", denunciou Jorge Barrio, de 20 anos, estudante de Topografia na Universidade Politécnica de Madri, enquanto a marcha atravessava o centro de Madri em frente ao ministério da Educação.
"É uma vergonha. Trabalhamos e estudamos e a única coisa que continuam fazendo é cortar mais", lamentou.
No futuro, "a única coisa que vejo é trabalhar e estudar fora", afirma Jorge, que se diz disposto a ser mais um dos milhares de jovens espanhóis que vão tentar a sorte fora da Espanha, um país onde o desemprego entre as pessoas de 16 a 24 anos supera 55%.
O governo conservador dirigido por Mariano Rajoy anunciou há um ano sua intenção de cortar 3 bilhões de euros no setor da educação, com sua rígida política de austeridade destinada a sanear as finanças públicas.
As áreas mais concorridas, como saúde ou educação, foram autorizadas a aumentar em 50% as taxas de matrículas nas universidades --que passaram em média de 1.000 a 1.500 euros-- e a aumentar em 20% o número de estudantes nas salas de aula.
Segundo o Sindicato de Estudantes, que convocou a manifestação "em defesa da universidade pública" e "contra o desemprego jovem", já foram cortados 5 bilhões de euros do orçamento da educação e foram suprimidos 80.000 postos de docentes.