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Milhares de egípcios exigem que militares deixem o poder

Manifestantes voltaram a se reunir na Praça Tahrir para pedir que os civis assumam o controle do país

Uma multidão se reuniu na Praça Tahrir nesta sexta (Mahmud Hams/AFP)

Uma multidão se reuniu na Praça Tahrir nesta sexta (Mahmud Hams/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 12h56.

Cairo - Milhares de egípcios se concentraram nesta sexta-feira na Praça Tahrir do Cairo, capital do Egito, para exigir a saída dos militares do poder.

Ao término das orações de sexta-feira, vários manifestantes se reuniram na histórica praça, epicentro da revolução de janeiro-fevereiro de 2011.

"Fora poder militar!", gritavam as pessoas que deixavam a mesquita Istiqama de Gizeh.

"A legitimidade está na praça", bradavam eles, aplaudindo e agitando bandeiras.

Na Praça Tahrir, milhares de egípcios rezaram entre as tendas das centenas de pessoas que estão acampadas desde quarta-feira passada, dia do aniversário de um ano do início da rebelião popular contra Mubarak.

O imã encarregado das orações, xeque Mazhar Shahin, afirmou que a rebelião obteve avanços notáveis, mas que o caminho para a democracia ainda é longo.

Os grupos pró-democracia que convocaram a manifestação decretaram que esta sexta-feira é o dia "do orgulho e da dignidade".

Também estavam previstas manifestações em Alexandria (norte) e em Suez (noroeste).

Os manifestantes exigem o fim dos tribunais militares para os civis, uma reestruturação do Ministério do Interior, o respeito às liberdades e justiça social.

No entanto, a Irmandade Muçulmana, movimento islâmico que venceu as recentes eleições legislativas, insiste menos na saída dos militares do poder.

As Forças Armadas prometeram que entregarão o poder aos civis ao término da eleição presidencial prevista para antes de julho de 2012.

Mas muitos egípcios consideram que os militares querem manter seus privilégios e continuar influenciando na vida política.

O opositor Mohammed ElBaradei propôs nesta sexta que o novo parlamento egípcio "eleja imediatamente um presidente interino", cujo "poder seria definido pela nova Constituição", que os parlamentares devem redigir.

"Depois de um ano de hesitações, chegou a hora de chegar a um acordo para mudar o rumo", disse ElBaradei.

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