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Milei quer uma Argentina 'potência' que atraia habitantes das Malvinas

Há quase 200 anos o governo argentino reivindica este arquipélago, situado a 600 km de sua costa no Atlântico Sul

Javier Milei: presidente da Argentina enfrenta vários desafios em relação à crise econômica e o empobrecimento da população ( JUAN MABROMATA/AFP)

Javier Milei: presidente da Argentina enfrenta vários desafios em relação à crise econômica e o empobrecimento da população ( JUAN MABROMATA/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de abril de 2025 às 16h34.

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O presidente argentino, Javier Milei, afirmou, nesta quarta-feira, 2, querer uma Argentina "potência" para que os habitantes das ilhas Malvinas "prefiram ser argentinos", em um discurso comemorativo da guerra contra o Reino Unido pela soberania do território.

Há quase 200 anos a Argentina reivindica este arquipélago, situado a 600 km de sua costa no Atlântico Sul, cenário de um conflito bélico entre 2 de abril e 14 de junho de 1982, que terminou com a vitória do Reino Unido e um balanço de 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

O Reino Unido repudia qualquer pretensão argentina e considera que os cerca de 3.600 habitantes das "Falkland Islands" devem ter direito à autodeterminação.

Nesta quarta, durante um ato em Buenos Aires, o presidente Milei assegurou que busca que a Argentina seja uma potência para que os malvinenses "prefiram ser argentinos e que nem mesmo se necessite de dissuasão ou convencimento para consegui-lo".

Segundo a chancelaria argentina e resoluções da ONU, o princípio da autodeterminação dos povos não é aplicável no caso das Malvinas.

A especificidade consiste no fato de que o Reino Unido "ocupou as Ilhas à força em 1833, expulsou sua população originária e não permitiu seu retorno, violando a integridade territorial argentina".

Cercado de funcionários do Executivo, pessoal do exército e um punhado de veteranos daquele conflito, Milei assegurou que seu governo almeja "que os malvinenses decidam algum dia votar com os pés em nós".

Esta expressão implica a possibilidade que os cidadãos têm de manifestar suas escolhas e se deslocarem para o território onde as políticas se aproximam mais de suas preferências.

Milei acusou os governos que o antecederam de prejudicar a reivindicação argentina de soberania com "as decisões econômicas e diplomáticas da casta política", como ele se refere a grande parte dos opositores.

"Ninguém pode levar a sério a reivindicação de uma nação, cuja liderança é conhecida no mundo por sua corrupção e incompetência", assinalou.

No passado, Milei gerou controvérsia por se declarar um admirador da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, à frente do governo britânico na época da guerra com a Argentina.

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