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Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Presidente argentino assumiu a presidência semestral do bloco no começo de dezembro e afirmou que ele "não funcionou como uma ferramenta para promover o comércio"

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 07h36.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, insistiu na ideia de flexibilizar as regras do Mercosul para permitir que os países-membros do bloco sul-americano negociem e assinem acordos comerciais bilaterais com terceiros países.

"Propus que cada país tenha a liberdade de negociar acordos de livre comércio. Senão, o Mercosul vira um fardo, e o que precisamos é negociar, não nos fechar", disse Milei em entrevista publicada no último domingo, 22, pela edição argentina da “Forbes”.

Milei, que em 6 de dezembro assumiu a presidência semestral do bloco fundado em 1991 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, afirmou que "para efeitos práticos" o Mercosul "não funcionou como uma ferramenta para promover o comércio".

"Não estou dizendo que devemos sair do Mercosul, o que estou dizendo é que devemos mudar as condições em que interagimos porque estamos todos nos prejudicando", declarou o presidente argentino.

Milei confirmou que seu "objetivo" é negociar um acordo de livre comércio entre a Argentina e os Estados Unidos quando Donald Trump assumir a presidência americana, no próximo mês de janeiro.

O Tratado de Assunção, acordo fundador do Mercosul, impede que países-membros plenos do bloco negociem acordos comerciais com outros mercados de forma independente e não como um bloco.

O debate sobre a flexibilização dessas regras não é novo no Mercosul, onde as decisões são tomadas por consenso e não por maioria.

A discussão, sempre influenciada pela orientação política dos presidentes em exercício em cada um dos países parceiros, tem crescido nos últimos anos, em um contexto de retração prolongada do comércio no Mercosul, de ausência de convergência regulatória que dificulta o comércio e de aplicação desigual da tarifa externa comum (TEC) da união aduaneira.

"A agenda dentro do Mercosul é começar a baixar a tarifa externa, eliminar barreiras não tarifárias e começar a tentar fazer com que deixe de ser uma simples e defeituosa união aduaneira", destacou Milei, que ocupará a presidência temporária do bloco até meados de 2025.

O presidente argentino disse que também promoverá "uma agenda de segurança contra o narcoterrorismo" no Mercosul, que incluiu a Bolívia oficialmente como membro pleno em agosto de 2024.

"É uma tarefa de suma importância. Vamos realizar controles comuns", ressaltou Milei.

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