Agência de Notícias
Publicado em 24 de abril de 2025 às 18h41.
Última atualização em 24 de abril de 2025 às 18h48.
O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou nesta quinta-feira, 24, antes de viajar a Roma para o funeral de Estado do Papa Francisco, que o pontífice "foi o argentino mais importante da história da Argentina".
"Goste a quem gostar, o Papa Francisco, Jorge Bergoglio, foi o argentino mais importante da história da Argentina. Ele se tornou o líder espiritual de mais de 1,5 bilhão de seres humanos", disse o mandatário à "Radio Rivadavia".
Milei se referiu ao falecido Papa como "uma pessoa de enorme importância".
"Tivemos o privilégio de ele ser argentino e, como chefe de Estado, não posso deixar de comparecer a um evento com essas características, especialmente porque o povo argentino é um povo católico", justificou.
O governante também enfatizou que espera "representar à altura das circunstâncias os argentinos, que têm uma fé católica e que basicamente viram no Papa Francisco um líder que era claramente um líder impressionante".
"Quando o conhecemos depois, aqueles de nós que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e saber como ele age na política internacional e assim por diante, sabemos a estatura política que ele tinha", acrescentou o presidente.
Ao receber a notícia da morte do Papa, o governo argentino decretou sete dias de luto nacional e suspendeu as agendas executivas e legislativas da semana.
Antes de se tornar presidente, quando ainda era deputado, Milei criticava duramente o Papa Francisco, acusando-o de ser "cúmplice dos esquerdistas assassinos" e "representante do maligno na Terra", além de chamá-lo de "comunista" e "imbecil" por seu trabalho em bairros pobres e favelas do país.
Milei mudou drasticamente seu tom quando se tornou presidente, em dezembro de 2023, e até visitou Francisco no Vaticano.
Nas declarações desta quinta-feira, Milei se defendeu das críticas recebidas nos últimos dias devido ao número de membros de seu gabinete que viajarão com ele e argumentou: "Somos a comitiva mais austera e menor da história".
O chefe de gabinete, Guillermo Francos, o ministro das Relações Exteriores e Culto, Gerardo Werthein, a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, e o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, que retornará à Argentina na manhã de domingo, viajarão com o presidente.