Agência de Notícias
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 09h18.
O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou um decreto para converter o estatal Banco de la Nación, a maior instituição financeira do país, em uma sociedade anônima, com o objetivo de abrir seu capital a investidores.
Publicado na madrugada desta quinta-feira no Diário Oficial, o decreto estabelece que os acionistas da nova sociedade anônima são o Estado argentino, com 99,9% de participação, e a Fundação Banco de la Nación Argentina, com a titularidade dos 0,1% restantes do capital social.
O Estado exercerá seus direitos na nova sociedade por meio do Ministério da Economia.
De acordo com o decreto, o capital social da sociedade anônima foi fixado em 1,6 trilhão de pesos argentinos (cerca de R$ 8,6 bilhões na taxa de câmbio atual).
No ano passado, o governo de Milei incluiu o Banco de la Nación na lista de empresas que queria privatizar, mas teve que excluí-lo desse grupo devido à forte oposição no Parlamento.
Sua estratégia, então, foi transformar o maior banco da Argentina em uma sociedade anônima.
No último dia 27 de janeiro, a própria instituição financeira anunciou em comunicado que sua transformação em sociedade anônima era "essencial" para que o banco continuasse "aumentando os empréstimos às pequenas e médias empresas e às famílias".
"Para sustentar esse crescimento, a instituição precisará aumentar seus fundos, o que pode ser feito por meio da abertura de seu capital, para a qual é essencial que se torne uma sociedade anônima e obtenha a aprovação do Congresso", afirmou o comunicado.
Segundo dados da entidade, o Banco de la Nación tem ativos de aproximadamente 48 bilhões de pesos, depósitos e outras obrigações de 33 bilhões de pesos e um patrimônio líquido de 15 bilhões de pesos.
Sua carteira de empréstimos também somava 15 bilhões de pesos no início deste ano.
O banco conta atualmente com 17.403 funcionários, 721 agências na Argentina e quatro no exterior: Nova York, Madri, Montevidéu e Santa Cruz de la Sierra (Bolívia).
Além disso, possui agências e representações em diversas cidades dos Estados Unidos, Brasil, Paraguai e China.
Segundo dados do Banco Central argentino, o Banco de la Nación lidera o ranking de instituições financeiras que operam no país sul-americano em termos de patrimônio, ativos, empréstimos e depósitos.