Mundo

Milei confirma plano de dolarizar Argentina e dólar informal chega a quase 1.000 pesos

Candidato reiterou que tem “a convicção de fechar o Banco Central, o que se faz na prática dolarizando”. “Mas depois vamos escolher a moeda que quisermos”, acrescentou

Milei, favorito nas pesquisas para o primeiro turno eleitoral, havia dito dias atrás que “quanto mais alto estiver o dólar, mais fácil é dolarizar” (Tomas Cuesta /Getty Images)

Milei, favorito nas pesquisas para o primeiro turno eleitoral, havia dito dias atrás que “quanto mais alto estiver o dólar, mais fácil é dolarizar” (Tomas Cuesta /Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 9 de outubro de 2023 às 18h36.

Última atualização em 9 de outubro de 2023 às 18h37.

O candidato ultraliberal à Presidência da Argentina, Javier Milei, favorito nas pesquisas para as eleições de 22 de outubro, confirmou, nesta segunda-feira, 9, seus planos de dolarizar a economia e recomendou evitar o peso argentino.

“Jamais em pesos, jamais em pesos. O peso é a moeda emitida pelo político argentino, portanto não pode valer nem excremento, porque esses lixos não servem nem para adubo”, declarou Milei em uma entrevista à Radio Mitre. Ele recomendou não renovar os depósitos a prazo fixo em moeda local, um dia após um debate entre os candidatos presidenciais.

Preço do dólar na Argentina

O valor do dólar no mercado oficial, controlado pelo governo, se manteve nesta segunda-feira em 365 pesos. Por sua vez, no mercado informal, o ‘dólar blue’ ou paralelo atingiu o recorde de 945 pesos, com uma diferença de mais de 160% em relação à cotação oficial.

Milei, favorito nas pesquisas para o primeiro turno eleitoral, havia dito dias atrás que “quanto mais alto estiver o dólar, mais fácil é dolarizar”.

Também nesta segunda, o Banco Central garantiu que o “sistema financeiro argentino apresenta uma sólida situação de solvência, capitalização, liquidez e provisão” e que sua política monetária “busca manter o poder de compra das economias por meio do pagamento dos prazos fixos”.

“O dinheiro poupado pelos argentinos e depositado no sistema financeiro está protegido por um seguro de depósito e pelo papel do Banco Central da República Argentina, que atua como emprestador de última instância”, enfatizou a instituição em comunicado.

Fechamento do Banco Central

Milei reiterou que tem “a convicção de fechar o Banco Central, o que se faz na prática dolarizando”. “Mas depois vamos escolher a moeda que quisermos”, acrescentou.

A Argentina sofre uma forte escassez de divisas que corrói suas já restritas reservas internacionais, em meio a um processo inflacionário que conduziu o índice de preços a mais de 120% em 12 meses até agosto.

Em 14 de agosto, um dia após Milei se tornar o candidato mais votado nas primárias (29,8%), o ministro da Economia e candidato presidencial da União pela Pátria (peronismo de centro-esquerda), Sergio Massa, desvalorizou o peso argentino em cerca de 20%.

Acompanhe tudo sobre:peso-argentinoArgentina

Mais de Mundo

Quem são Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, patinadores russos que estavam no avião em Washington

Operação online da China teria pedido derrubada do governo da Espanha, diz relatório

União Europeia estagna com principais economias prejudicadas pela situação política

Túneis da 2ª Guerra serão transformados em atração turística de Londres