Mundo

Milei confirma Luis Caputo como novo ministro da economia da Argentina

O novo titular da pasta terá a missão de enfrentar uma severa crise econômica, com inflação de três dígitos e 40% da população na pobreza. Ele foi ministro do ex-presidente Maurício Macri

Governo Milei: Caputo foi confirmado como ministro da Economia (X/Reprodução)

Governo Milei: Caputo foi confirmado como ministro da Economia (X/Reprodução)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 09h32.

Última atualização em 29 de novembro de 2023 às 11h57.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta quarta-feira, 29, que o economista Luis Caputo será o seu ministro da Economia. O ultraliberal fez a revelação do nome em entrevista para rádio La Red, logo após voltar de uma viagem aos Estados Unidos. "O ministro da Economia é Luis Caputo", afirmou. 

O novo titular da pasta terá a missão de enfrentar uma severa crise econômica, com inflação de três dígitos e 40% da população na pobreza. Caputo já foi ministro das Finanças e presidente do Banco Central durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri. Questionado se dará autonomia para a gestão do próximo ministro da economia, Milei disse que o equilibro fiscal é inegociável.

Caputo viajou para os Estados Unidos com Milei, e segue em solo americano para reuniões com autoridades Washington, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente eleito disse que o governo americano "compreende perfeitamente a problemática da Argentina", e a questão dos passivos remunerados do Banco Central da República Argentina (BCRA), com as Letras de Liquidez (Leliq), que Milei diz que pretende resolver logo em sua administração.

Logo após o segundo turno, o nome mais cotado pela mídia argentina para o posto era de Federico Sturzenegger, também ex-presidente do BC argentino durante o governo Macri, mas ele perdeu força nas últimas semanas.

Quem é Luis Caputo, futuro ministro da economia de Milei

Luiz Caputo, de 58 anos, é formado em economia pela Universidade de Buenos Aires. Ele é professor de economia e finanças na pós-graduação da Universidade Católica da Argentina.  Durante a infância, foi colega de escola de Mauricio Macri. Ele é primo de Nicolás Caputo, empresário do setor de construção e nome muito próximo de Macri.

Caputo já comandou o banco alemão Deutsche Bank na Argentina e a gestora de fundos Axis. Trabalhou ainda como chefe de trading no banco de investimentos JP Morgan entre 1994 e 1998. Casado e com seis filhos, ele é considerado por alguns economistas argentinos como o "Messi das finanças".

Durante o governo Macri, Caputo foi secretário de Finanças no primeiro ano. Depois da saída de Alfonso Prat-Gay do ministério da Fazenda e do desmembramento da pasta em dois, o economista assumiu como ministro das Finanças. Na época, ele tinha a difícil missão de estancar a forte desvalorização da moeda argentina, quando o dólar desvalorizava mais de 7%. 

Sua principal marca durante à frente do ministério foi a resolver a situação das Lebacs, que são dívidas de curtíssimo prazo emitidas pelo BC para absorver pesos do mercado e ajudar a segurar a inflação do país. As letras também serviam como meio de financiamento do governo argentino. Hoje, o país enfrenta um parecido, mas com uma crise mais severa.

Ele participou ainda da negociação de um acordo de US$ 16 bilhões com os "holdouts", detentores de títulos da dívida argentina que não aceitaram os termos da reestruturação da dívida do país de 2002 e exigiam o pagamento integral da dívida.

O economista ainda foi responsável por coordenar a emissão de um título do Tesouro argentino com vencimento em 2117 e ficou conhecido como o “homem do título de 100 anos”. Em 2020, o governo de Alberto Fernandez trocou o título após entrar em default.

Em 2018, deixou o ministério para assumir o Banco Central do país. Porém, ficou no cargo por apenas três meses. Ele alegou problemas pessoais para se afastar da função. O Banco Central argentino tinha como desafio conter a desvalorização acentuada do peso.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier Milei

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado