Agência de Notícias
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 07h14.
O presidente da Argentina, Javier Milei, autorizou nesta terça-feira, por decreto, a entrada de militares dos Estados Unidos no país para participar de um exercício conjunto, apesar de ser atribuição do Congresso conceder esse tipo de autorização.
O treinamento envolvendo forças navais especiais americanas e argentinas será realizado nas bases navais de Mar del Plata, Ushuaia e Puerto Belgrano, e outros espaços destinados para instrução militar, marítimos e terrestres, entre 20 de outubro e 15 de novembro.
O decreto alega que o governo enviou "oportunamente" ao Congresso o projeto de autorização de entrada de tropas estrangeiras, mas que a iniciativa ainda não foi tratada pelos deputados.
Entre outros argumentos para autorizar por decreto a entrada de militares americanos, o governo Milei alegou que a não participação no exercício "afetaria significativamente o adestramento naval em operações combinadas com a Marinha dos Estados Unidos".
O decreto também diz que "a natureza excepcional da situação apresentada torna impossível seguir os trâmites ordinários previstos na Constituição" argentina, que estabelece em seu artigo 75 que é atribuição do Congresso permitir a entrada de tropas estrangeiras no território nacional.
De acordo com o texto, o exercício tem como objetivo "trocar procedimentos, técnicas e táticas de treinamento entre forças especiais para operar em cenários complexos que exigem coordenação multinacional, capacidade de resposta imediata e o uso efetivo de tecnologias avançadas com a contribuição doutrinária e técnica inovadora da Marinha dos Estados Unidos".
"Também se pretende melhorar o processo de planejamento, preparação e manejo de riscos em operações combinadas de nossas forças especiais, tanto em contextos de combate como de assistência humanitária nos cenários complexos, marítimos e terrestres, que nosso continente possui", acrescenta o decreto, que destaca que a "experiência acumulada" pelas forças especiais dos Estados Unidos constitui um "recurso inestimável" para potencializar as "capacidades" das forças argentinas.
Milei assinou o decreto nesta terça-feira, dia em que foi divulgado que em 14 de outubro ele será recebido na Casa Branca pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem já esteve na semana passada em Nova York, em um encontro à margem da Assembleia Geral da ONU.
O presidente argentino considera os Estados Unidos e Israel como seus principais aliados em matéria de política externa.