Milei: ultraliberal promete diminuir o tamanho do Estado (EMILIANO LASALVIA /AFP)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 20 de novembro de 2023 às 15h16.
Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 09h36.
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira, 20, os primeiros nomes do seu futuro governo, enquanto a aguardada reunião com o atual presidente, Alberto Fernandez, para definir processos da transição, ainda não tem data para acontecer.
Em entrevistas a rádios locais nesta manhã, o ultraliberal afirmou que o seu governo terá apenas oito dos atuais 18 ministérios, o que acabará com pastas como Cultura, Mulher e Ciência e Tecnologia. Até o momento, Milei revelou dois nomes: o advogado Mariano Cúeno Liberona será o ministro da Justiça e a ex-candidata ao governo de Buenos Aires Carolina Píparo comandará a Administração Nacional da Segurança Social (Anses). "Os mais talentosos estarão dentro [do governo], não importa de onde venham. O que importa é resolver os problemas dos argentinos, e não fazer testes de liberalismo no sangue", disse.
Segundo a mídia local, Liberona e Milei se conhecem há dez anos e já trabalharam juntos em uma grande empresa argentina. O novo chefe da Justiça deixará o comando de um dos escritórios mais conhecidos do país para integrar o governo. Píparo, que assumirá a pasta que controla aposentadorias e pensões, foi derrotada pelo peronismo na província de Buenos Aires no primeiro turno.
Questionado sobre o futuro ministro da economia, que terá de lidar com a inflação de três dígitos e 40% da população na pobreza, Milei disse que não irá revelar o nome por conta das "bombas plantadas" pelo atual governo. O mais cotado para o cargo é o ex-presidente do Banco Central, Federico Sturzenegger, durante os governos Macri.
Além dos nomes citados por Milei em entrevistas, outros que já foram ventilados pela imprensa argentina para assumir um cargo no novo governo são Guillermo Francos para o Ministério do Interior, Nicolás Posse para a chefia de gabinete, e Diana Mondino para o Ministério das Relações Exteriores. Sem status de ministério, a presidência do Banco Central deve ficar a cargo do economista Emilo Ocampo, anunciado por Milei durante a campanha. Segundo o ultraliberal, Ocampo será o escolhido para fechar a instituição no país.
Durante as entrevistas nesta manhã, Milei reforçou que vai privatizar diversas empresas estatais do país. “Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado”, disse. Questionado sobre a inflação, o presidente eleito disse que deve levar até dois anos para controlar inflação e reafirmou o seu plano de fechar o Banco Central argentino. "Se você cortar hoje a emissão monetária, demora entre 18 e 24 meses para levar [a inflação] aos níveis mais baixos internacionais", disse Milei.