Mundo

Milei acusa Sánchez de levar 'pobreza e morte' para a Espanha; premier rebate acusações

A presidência argentina também acusou Sánchez de “ter problemas mais importantes para resolver, como as acusações de corrupção que recaem sobre sua mulher”, investigada por tráfico de influência e corrupção

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 4 de maio de 2024 às 12h53.

Última atualização em 4 de maio de 2024 às 13h07.

Tudo sobreJavier Milei
Saiba mais

O governo argentino, liderado por Javier Milei, acusou nesta sexta-feira, 3, o premier da Espanha, Pedro Sánchez, de levar “pobreza e morte” para a sua população e de conduzir o país à dissolução, ao repudiar as declarações de um ministro de Madri que o acusou de "ingerir substâncias".

“Sánchez colocou em risco a classe média com suas políticas socialistas que trazem apenas pobreza e morte”, publicou a presidência argentina na rede social X, acusando Sánchez de ter "colocado em risco a união do reino, fazendo pactos com separatistas e levando à dissolução de Espanha", referindo-se ao acordo político entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e partidos separatistas bascos e catalães para formar um governo em 2023.

No âmbito do acordo, o PSOE acompanhou e conseguiu a aprovação no Congresso de uma lei de anistia para os separatistas que participaram na tentativa de secessão da Catalunha em 2017, o que gerou uma rejeição frontal por parte da oposição de direita e de extrema direita.

A presidência argentina também acusou Sánchez de “ter problemas mais importantes para resolver, como as acusações de corrupção que recaem sobre sua mulher”, investigada por tráfico de influência e corrupção.

A investigação, que se encontra sob sigilo sumário, foi aberta após uma denúncia da associação "Mãos Limpas", grupo próximo da extrema direita. O Ministério Público pediu o arquivamento da investigação, mas o juiz responsável pelo caso ainda não revelou as suas intenções.

A acusação levou Sánchez a questionar a sua continuidade no governo, mas posteriormente o presidente confirmou que permaneceria no cargo e garantiu em uma carta que as denúncias eram "tão escandalosas quanto falsas".

As acusações do governo de extrema direita de Milei foram uma resposta a um comentário feito pelo ministro dos Transportes da Espanha, Oscar Puente, que disse em palestra organizada pelo PSOE: “Vi Milei na TV (...) quando ele saiu, não sei em que estado e antes ou depois da ingestão de que substâncias (...) eu disse: 'É impossível ele vencer as eleições'".

“Existem pessoas muito ruins que, sendo elas mesmas, chegaram ao topo”, acrescentou Puente, citando como exemplos Milei e o ex-presidente americano Donald Trump.

Milei deve visitar Espanha em maio

Milei embarcará dentro de duas semanas em uma viagem à Espanha onde participará, tal como fez em 2022, de um evento organizado pelo partido de oposição de extrema direita Vox, nos dias 18 e 19 de maio. Durante a viagem, não se encontrará com Sánchez nem com o rei da Espanha, Felipe VI.

Em comunicado divulgado neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores espanhol disse que a fala de Milei utilizou "termos infundados" e não reflete a relação dos "dois países e povos irmãos".

"O Governo e o povo espanhol continuarão mantendo e reforçando os seus laços fraternos e as suas relações de amizade e colaboração com o povo argentino, vontade compartilhada por toda a sociedade espanhola", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Javier MileiEspanha

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'