Migrantes da América Central acampam em Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos (Hannah McKay/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 23 de novembro de 2018 às 08h48.
O prefeito de Tijuana (México), Juan Manuel Gastélum, declarou estado de crise humanitária na cidade em decorrência da necessidade de recursos para atender aos milhares de integrantes da caravana de imigrantes de países da América Central. Segundo ele, o custo da atenção aos migrantes, aproximadamente 4 mil desde a semana passada, é superior a mais de 500.000 pesos (o equivalente a US$ 24.800).
Gastélum disse que pedirá assistência humanitária ao governo federal mexicano e a entidades internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Convenção Americana de Direitos Humanos.
"Não vou comprometer os serviços públicos, não vou gastar o dinheiro dos tijuanenses, não vou dever a Tijuana porque não fizemos isso nestes dois anos."
O prefeito criticou a Secretaria de Governo do México por ter deixado Tijuana "sozinha" na questão da caravana, quando as leis estabelecem que esse orgão é responsável por acompanhar a situação desde o princípio.
Na semana anterior, Gastélum, do conservador Partido Ação Nacional, emitiu mensagens xenófobas e racistas contra os migrantes. "Tijuana é uma cidade de imigrantes, mas não os queremos dessa maneira", declarou.
As autoridades mexicanas informaram que 108 pessoas de origem centro-americana foram detidas, 104 das quais receberam sanções administrativas. Quatro foram apresentadas à promotoria por crimes de roubo, brigas e desacato à autoridade.
Os demais foram detidos por crimes de posse de droga, embriaguez em via pública e por causar distúrbios, explicou o titular da Secretaria de Segurança Pública Municipal (SSPM), Marco Antonio Sotomayor.
"A maioria dos integrantes da caravana migrante busca melhorar a sua forma de viver, no entanto, devo dizer que outros tantos, que seguramente estão em menor número, foram detidos pela Polícia Municipal, principalmente por posse de drogas, ingerir bebidas alcoolicas na via pública e causar distúrbios", observou Sotomayor.
Ele reiterou que não haverá tolerância para os que infringem a lei em Tijuana, "sejam migrantes centro-americanos, mexicanos ou visitantes americanos".