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Mianmar rejeita acusações da ONU por "genocídio" contra rohingyas

Mais de 700 mil rohingyas fugiram para Bangladesh por causa da campanha de represália liderada pelo Exército de Mianmar

Mianmar rejeitou um relatório realizado pela ONU onde é apontada a existência de elementos de "genocídio" na operação militar contra a minoria rohingya (Tyrone Siu/Reuters)

Mianmar rejeitou um relatório realizado pela ONU onde é apontada a existência de elementos de "genocídio" na operação militar contra a minoria rohingya (Tyrone Siu/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 08h47.

Última atualização em 29 de agosto de 2018 às 08h47.

Bangcoc - O porta-voz do Governo de Mianmar, Zaw Htay, rejeitou um relatório realizado por investigadores da ONU onde é apontada a existência de elementos de "genocídio" na operação militar efetuada há um ano contra a minoria rohingya.

"Nós não permitiremos que a Missão Internacional de Investigação (da ONU) entre em Mianmar, por isso não aceitamos e nem estamos de acordo com qualquer resolução tomada pelo Conselho de Direitos Humanos", declarou o porta-voz, em declaração publicada nesta quarta-feira pelo jornal oficial "Global New Light of Mianmar".

Mais de 700 mil rohingyas fugiram para Bangladesh por causa da campanha de represália liderada pelo Exército de Mianmar e iniciada no dia 25 de agosto de 2017 após o ataque de um grupo insurgente rohingya contra 30 postos fronteiriços oficiais.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) calcula que pelo menos 6,7 mil rohingyas, incluindo 730 crianças menores de 5 anos, morreram em consequência da violência desencadeada pela atuação militar.

Os soldados foram acusados de cometer assassinatos, estupros em massa e queima de casas dos rohingyas no estado de Rakhine, onde esta minoria de maioria muçulmana se assenta há séculos.

Na última segunda-feira, os analistas da ONU assinalaram que há evidências de "genocídio intencional" e crimes contra a humanidade "cometidos em grande escala".

A missão também condenou o governo da vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, por não ter feito o suficiente para acabar com a violência e recomendou a criação de um tribunal internacional que investigue e julgue aos supostos responsáveis das Forças Armadas, entre eles o general Min Aung Hlaing.

No entanto, o porta-voz do governo disse que o Executivo já formou uma comissão independente - liderada pela diplomática filipina Rosario Manalo - que responderá, de acordo com Zaw Htay, às "falsas alegações realizadas pelas agências da ONU e comunidade internacional".

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