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Mianmar fez proposta para retorno de rohingyas, diz Bangladesh

Segundo ministro, as duas partes acertaram uma proposta para estabelecer um grupo conjunto para coordenar todo o processo de repatriação

Refugiados rohingyas caminham até campo de refúgio em Bangladesh (Cathal McNaughton/Reuters)

Refugiados rohingyas caminham até campo de refúgio em Bangladesh (Cathal McNaughton/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 09h53.

Daca - O ministro de Relações Exteriores de Bangladesh, Abul Hassan Mahmud Ali, afirmou nesta segunda-feira que o governo de Mianmar apresentou uma proposta para aceitar o retorno dos refugiados rohingyas e anunciou que ambos os países fecharam um acordo para criar um grupo que coordene o trabalho de repatriação.

"Mianmar fez uma proposta para aceitar o retorno dos rohingyas. As duas partes acertaram uma proposta para estabelecer um grupo conjunto para coordenar todo o processo de repatriação", indicou o ministro aos jornalistas, depois de se reunir com Kyaw Tint Swe, conselheiro da líder birmanesa Aung San Suu Kyi.

De acordo com ele, Bangladesh suspendeu o acordo bilateral para a implantação deste processo de repatriação e agora falta designar os membros desse grupo.

Ao ser perguntado sobre se Mianmar aceitará os 500 mil rohingyas que chegaram a Bangladesh desde 25 de agosto, Mahmoud apontou que agora será formado um grupo conjunto.

O ministro garantiu que o encontro aconteceu em um clima "muito amistoso", mas não quis entrar em detalhes sobre a proposta.

"Deixemos que o acordo se firme primeiro", defendeu.

Segundo ele, o ministro do Interior de Bangladesh, Asaduzzaman Khan, viajará em breve para Mianmar. Ele reiterou que o seu país sempre buscou uma solução pacífica para o problema dos rohingyas.

A líder de Mianmar e prêmio Nobel da Paz, Suu Kyi, anunciou em 19 de setembro que o governo aceitaria o retorno dos rohingyas, que Mianmar não reconhece como seus cidadãos, após um processo de "verificação", que foi taxativamente rejeitado por Bangladesh.

Mais de 50 mil rohingyas chegaram a Bangladesh fugindo da violência no país vizinho desde 25 de agosto, quando aconteceu um ataque de um grupo insurgente que foi respondido pelo Exército de Mianmar com uma campanha militar no estado de Rakhine, no oeste do país.

Aung San Suu Kyi A operação militar foi tachada de "limpeza étnica" pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e foi duramente criticada pela comunidade internacional, que reprovou a postura de Suu Kyi.

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