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Mianmar denuncia "interferência" da ONU em crise dos rohingyas

Declaração foi a primeira reação às acusações de "genocídio" das Nações Unidas na crise dos rohingyas

Desde 2017, mais de 700.000 rohingyas fugiram da violência dos militares birmaneses e das milícias budistas (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)

Desde 2017, mais de 700.000 rohingyas fugiram da violência dos militares birmaneses e das milícias budistas (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 09h34.

Última atualização em 24 de setembro de 2018 às 09h35.

A ONU "não tem o direito de interferir" nos assuntos de Mianmar - declarou o comandante do Exército birmanês, Min Aung Hlaing, reagindo, pela primeira vez, às acusações de "genocídio" das Nações Unidas na crise dos rohingyas.

"Nenhum país, nenhuma organização, nem nenhum grupo tem direito de interferir" na política birmanesa, afirmou o general no Diário Oficial do Exército, publicado nesta segunda-feira.

"Os países de todo mundo elegem o sistema democrático que lhes convém (...) Mianmar está no caminho para o multipartidarismo democrático", afirmou o general, garantindo que o Exército continuará muito envolvido, enquanto as rebeliões resistirem no país.

Em seu informe divulgado na semana passada, a ONU detalha suas acusações de genocídio e pede ao governo civil birmanês que "siga com o processo para retirar os militares da vida política".

No documento, os investigadores da ONU citam seis indivíduos de alta patente do Exército, entre eles Min Aung Hlaing, e pedem que sejam julgados por "genocídio", "crimes contra a humanidade" e "crimes de guerra" contra essa minoria muçulmana.

Desde 2017, mais de 700.000 rohingyas fugiram da violência dos militares birmaneses e das milícias budistas e se abrigaram no vizinho Bangladesh, onde vivem em campos de refugiados.

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