Familiares dos 43 estudantes desaparecidos em Ayorzinapa participam de protesto, em Tixtla (Jesus Guerrero/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 22h26.
Washington - O governo do México e os especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) acordaram nesta terça-feira as bases para continuar a investigação sobre o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa (sul).
Depois de seis meses de trabalhos, concentrados em coletar testemunhas de vítimas, familiares e agentes do governo, o Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) no México terá um novo período a partir de novembro, mesmo assim uma extensão definida.
Durante a nova etapa, uma instância especial da Procuradoria - a subprocuradoria de Direitos Humanos - assumirá as rédeas da investigação, adotando as recomendações formuladas pelo GIEI em seu informe de setembro.
"Foi criada uma procuradoria especializada", uma "nova equipe de trabalho que relance a investigação", disse o diretor da unidade, Eber Betanzos, durante o 156º período de sessões da comissão, órgão autônomo da OEA.
Embora a extensão do GIEI seja consenso dos especialistas, os representantes dos familiares e o governo mexicano, deve ser aprovado em caráter definitivo pelos comissários da entidade interamericana.
O acordo de dez pontos estabelece as "condições que vão nos permitir fazer um bom trabalho em uma nova etapa", disse Carlos Beristain, médico espanhol integrante do GIEI em coletiva de imprensa posterior à sessão.
A investigação internacional é um marco no México, um país abalado pela violência, mas especialmente sensibilizado pelo desaparecimento de 43 estudantes de uma escola de professores em Iguala (Guerrero, sul), em 26 de setembro de 2014.