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México reafirma que não pagará muro de Trump de "nenhuma maneira"

O secretário de Relações Exteriores revelou que o México está disposto a dialogar assim que Trump assumir o cargo

Ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray: ele reiterou a posição do governo de apostar no diálogo com Trump (Henry Romero/Reuters/Reuters)

Ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray: ele reiterou a posição do governo de apostar no diálogo com Trump (Henry Romero/Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 12h44.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 14h31.

Cidade do México - O chanceler do México, Luis Videgaray, afirmou nesta terça-feira ser "impossível" que o México pague pelo muro que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na fronteira entre os dois países, mas ressaltou que o assunto poderá ser negociado quando o republicano assumir o poder.

"Na relação entre os dois países vizinhos há muitos temas que podem ser negociados, incluindo toda a relação comercial. Mas há temas que vão contra a dignidade de um povo, que atentam de maneira flagrante contra a soberania nacional. Nesses temas não vamos transigir. E este (o do pagamento do muro) é um deles", disse o chanceler em entrevista à emissora "Televisa".

"É impossível que isso ocorra", respondeu Videgaray ao ser perguntado diretamente se o México irá custear a construção.

O secretário de Relações Exteriores revelou que o México está disposto a dialogar assim que Trump assumir o cargo, no próximo dia 20 de janeiro. Além disso, Videgaray afirmou que o embaixador do país em Washington irá à cerimônia de posse, como manda a tradição.

No entanto, destacou que sobre a construção do muro, assunto no qual os dois lados apresentam uma "diferença substancial grande", não estará em negociação.

"Não há nenhuma circunstância, nem sequer o melhor acordo comercial possível, investimentos, apoios, que justificassem essa medida", destacou.

O México está disposto a revisar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), firmado entre o país, Canadá e EUA desde 1994, ameaçado por Trump. Para Videgaray, é importante discutir o tema rapidamente para conter a volatilidade da economia mexicana.

"A questão das montadoras evidencia quão importante é resolver a incerteza sobre o acordo de livre-comércio", afirmou Videgaray sobre o recente anúncio da Ford de suspender um investimento de US$ 1,6 bilhão no México pelas pressões de Trump.

"O peso mexicano também está vivendo um momento de incerteza derivado das incertezas sobre os acordos, particularmente na área comercial. As decisões de investimento no México precisam conhecer esse horizonte", ressaltou o chanceler na entrevista.

Videgaray reiterou a posição do governo do presidente do país, Enrique Peña Nieto, de apostar no diálogo com Trump.

"Há quem diz que vamos para o confronto. Há quem preveja uma submissão vergonhosa. O que temos que fazer é negociar e negociar como uma nação soberana", explicou.

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