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México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Claudia Sheinbaum afirmou que, enquanto Donald Trump não reconhecer o problema da dependência de drogas entre seus jovens, a situação não será resolvida

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de julho de 2025 às 21h28.

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A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, pediu nesta quarta-feira, 17, aos Estados Unidos que reconheçam que o país tem "um grave problema de consumo de drogas" e disse que talvez falte a Donald Trump informações sobre o que o México está fazendo para conter o tráfico de substâncias ilícitas, diante das acusações do presidente americano.

“Eles têm que reconhecer que têm um problema sério de consumo de drogas”, disse ela durante a entrevista coletiva matinal.

A governante enfatizou que, enquanto o governo dos EUA não reconhecer o problema da dependência de drogas entre seus jovens, a trágica situação não será resolvida.

Sheinbaum respondeu assim às declarações de Trump, que na quarta-feira afirmou que os cartéis de drogas têm um "forte controle" sobre o México e disse que isso é algo que não deveria ser "permitido".

“A ideia dele é que não foi feito o suficiente, então aqui mostramos todas as terças-feiras, a cada 15 dias, o número de pessoas presas, a apreensão de principalmente alguns comprimidos de fentanil, mas muita metanfetamina também está chegando”, argumentou.

Trump fez essas declarações na Casa Branca durante a assinatura de uma lei aprovada por amplo consenso entre republicanos e democratas no Congresso, que endurece as penas de prisão para a distribuição de fentanil e seus derivados em território americano.

A presidente mexicana criticou o fato de os Estados Unidos não terem programas de prevenção de vícios voltados para jovens e crianças, razão pela qual afirmou que há uma “crise muito maior” na saúde pública e na atenção a esses grupos.

Ela reconheceu, no entanto, que há problemas no México relacionados à violência e à produção de metanfetamina.

“Ninguém nega”, assumiu, mas ressaltou que o trabalho está sendo feito todos os dias para combater esses crimes.

“Portanto, vamos nos certificar de que o presidente Trump esteja bem informado sobre o que estamos fazendo”, insistiu.

Nesse sentido, ela advertiu que pediu aos secretários de Relações Exteriores e de Segurança e Proteção Cidadã uma revisão do que o governo mexicano fez, para que o governo dos EUA e os americanos estejam cientes disso.

“Trabalhamos todos os dias para garantir a paz e a segurança do México e também para evitar que outras drogas sintéticas e não sintéticas entrem nos Estados Unidos, até por uma questão de humanidade”, declarou.

O fentanil é um opioide sintético 100 vezes mais potente do que a morfina e 50 vezes mais potente do que a heroína, que é usado para fins médicos, mas é altamente viciante e pode ser letal mesmo em doses muito pequenas.

Nos últimos anos, os cartéis mexicanos têm usado precursores químicos da China para fabricar fentanil em laboratórios clandestinos e levá-lo para os Estados Unidos.

A epidemia de opioides nos Estados Unidos teve sua origem na década de 1990, quando as empresas farmacêuticas começaram a comercializar em massa analgésicos prescritos, minimizando seus riscos de dependência.

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