Presidente Claudia Sheinbaum solicita que buscador exiba mapas históricos após renomeação do Golfo do México (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 17h40.
O México pediu ao Google que inclua em seu motor de busca os mapas da "América mexicana", nome utilizado no século XVII para designar o norte do continente. O pedido foi feito após a plataforma aceitar a solicitação do presidente Donald Trump para mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América".
O governo mexicano formalizou o pedido por meio de uma carta divulgada nesta quinta-feira, 30, pela presidente Claudia Sheinbaum. No documento, o México também manifesta preocupação com a mudança de nome do Golfo.
“No final, pedimos (ao Google) que, ao se buscar por 'América mexicana', apareça o mapa que apresentamos em alguma ocasião”, afirmou Sheinbaum em sua coletiva de imprensa.
A mudança no nome do Golfo foi defendida por Trump, que argumentou que a região compartilhada por México, Cuba e Estados Unidos deveria ser denominada "Golfo da América". Em resposta, Sheinbaum, acompanhada de historiadores, apresentou mapas do século XVII que retratam a região como uma entidade única chamada "América mexicana".
Na carta enviada ao Google, o governo mexicano argumenta que, caso o nome do Golfo seja alterado, isso deve ocorrer apenas nos servidores norte-americanos e exclusivamente em relação à plataforma continental dos Estados Unidos.
Sheinbaum enfatizou que o decreto de Trump "tem efeito" apenas dentro dos Estados Unidos, destacando que o nome Golfo do México é uma denominação histórica reconhecida pela Organização Hidrográfica Internacional, da qual ambos os países fazem parte.
Na última segunda-feira, o Google anunciou que o nome "Golfo da América" será exibido em seus servidores nos Estados Unidos. Além disso, a empresa informou que o Denali, ponto mais alto da América do Norte, voltará a ser chamado de Monte McKinley, em cumprimento aos decretos de Trump.
Segundo a política do buscador, as mudanças ocorrem conforme as atualizações do Sistema de Informação de Nomes Geográficos dos Estados Unidos, o que ainda não havia acontecido até o meio-dia desta quinta-feira.