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México nega acordo com EUA sobre asilo a imigrantes clandestinos

A principal caravana, que deflagrou a onda migratória, partiu em 13 de outubro de San Pedro Sula, em Honduras

Imigrantes da América Central percorrem rodovia próximo da fronteira do México com a Guatemala em tentativa de chegarem aos EUA
 (/Ueslei Marcelino/Reuters)

Imigrantes da América Central percorrem rodovia próximo da fronteira do México com a Guatemala em tentativa de chegarem aos EUA (/Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 11h57.

O governo do México negou, no sábado (10), ter firmado qualquer acordo com os Estados Unidos para processar pedidos de refúgio, ou de asilo de imigrantes que tentam atravessar ilegalmente o país e apontou que sua política migratória se define de maneira soberana.

A declaração é uma resposta ao decreto presidencial de sexta-feira, com o qual Donald Trump pôs fim aos pedidos de asilo para quem entra de forma ilegal nos Estados Unidos, e que tem como objetivo dissuadir os milhares de migrantes centro-americanos que avançam em caravana pelo México para a fronteira sul americana.

Esse decreto envolve o México explicitamente, estipulando que a medida contra os imigrantes seria suspensa, caso se chegue a um acordo para que o governo mexicano "permita aos Estados Unidos expulsar estrangeiros" para seu território.

As autoridades americanas consideram que, como o México é o primeiro "país seguro" ao qual chegam os migrantes de Guatemala, El Salvador e Honduras, os pedidos de asilo devem ser apresentados ali.

Diante das declarações dos Estados Unidos, a Chancelaria mexicana esclareceu em um comunicado: "O governo do México não aceitou de maneira verbal, ou escrita, qualquer acordo sobre cooperação em matéria de processamento de pedidos de refúgio, ou asilo".

E acrescentou: "o México reitera que a política migratória do nosso país é definida de maneira soberana com base em nossos próprios interesses e responde exclusivamente aos princípios e compromissos estabelecidos em nossa legislação e os acordos internacionais firmados".

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, "a caravana migrante proveniente da América Central é um fenômeno humanitário inédito que precisa do trabalho conjunto de todos os países da região para responder a ela de maneira integral e com uma perspectiva de direitos humanos".

O fenômeno, destacou a Chancelaria mexicana, deve ser abordado "de uma perspectiva de responsabilidade compartilhada".

A principal caravana, que deflagrou a onda migratória, partiu em 13 de outubro de San Pedro Sula, em Honduras. Desde então, percorreu mais de 1.500 quilômetros.

No sábado (10), após permanecer quase seis dias na capital mexicana, a caravana prosseguiu seu caminho para o estado de Querétaro, onde pernoitará. Além desse grupo, há outros dois mais atrás, com cerca de 2.000 migrantes cada.

Trump acusa os migrantes de protagonizarem uma "invasão" e, para contê-los, determinou o envio de milhares de soldados para a fronteira sul dos EUA.

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