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México mostra irritação com regras migratórias de Trump

Os EUA divulgaram planos para considerar sujeitos à deportação quase todos os imigrantes ilegais e vai buscar enviar muitos deles para o México

EUA-México: "Eu quero dizer de forma clara e enfática que o governo do México e o povo do México não têm que aceitar medidas que um governo unilateralmente quer impor sobre o outro" (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

EUA-México: "Eu quero dizer de forma clara e enfática que o governo do México e o povo do México não têm que aceitar medidas que um governo unilateralmente quer impor sobre o outro" (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 22h10.

Cidade do México - Ministros do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vão provavelmente ter uma recepção fria no México nesta quarta-feira, depois que os EUA divulgaram novas orientações migratórias que irritaram profundamente o vizinho do sul no dia anterior às conversas bilaterais.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA divulgou na terça-feira planos para considerar sujeitos à deportação quase todos os imigrantes ilegais e vai buscar enviar muitos deles para o México se tiverem entrado nos EUA por território mexicano, independentemente da nacionalidade.

A tensão por conta do momento do anúncio das regras se assemelha à indignação de quando Trump tuitou que o México deveria pagar pelo seu planejado muro de fronteira, pouco antes da programada chegada do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, em Washington em janeiro.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e o de Segurança Interna, John Kelly, chegam na tarde desta quarta ao México, segundo a previsão, para conversas que, de acordo com a Casa Branca, iriam tratar da implementação das medidas migratórias de Trump.

O ministro do Exterior do México, Luis Videgaray, afirmou que de maneira nenhuma o México aceitaria as novas regras, que, entre outras coisas, buscar deportar não mexicanos para o país.

"Eu quero dizer de forma clara e enfática que o governo do México e o povo do México não têm que aceitar medidas que um governo unilateralmente quer impor sobre o outro", afirmou Videgaray à imprensa no Ministério do Exterior.

Ele disse que o tema dominaria as reuniões, que ocorrem na quarta e na quinta-feira.

"Nós não vamos aceitar isso, porque não há razão para aceitar, e porque não interessa ao México."

Roberto Campa, que chefia o setor de direitos humanos do Ministério do Interior, disse que Videgaray se referia ao plano para deportar não mexicanos para o México, chamando a ideia de "hostil" e "inaceitável".

Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, descreveu as relações entre EUA e México como saudáveis e fortes e disse esperar uma "grande discussão".

"Eu acho que a relação com México agora é fenomenal", declarou.

As orientações da Segurança Interna para imigração são parte de um plano mais abrangente de segurança de fronteira, parte de decretos que o presidente republicano assinou em 25 de janeiro.

Na Guatemala, nesta quarta, Kelly disse a jornalistas que o decreto sobre imigração tem como objetivo capturar imigrantes sem documentação legal e enviá-los de volta para os seus países de origem.

A pauta do México para as discussões na quinta incluem infra-estrutura de fronteira, estratégias de deportação, migração da América Central, drogas, tráfico de armas, terrorismo e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, disse à Reuters uma autoridade familiar com o tema.

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