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México é contrário a plano dos EUA de receber pessoas que buscam asilo

Proposta forçaria que pessoas que buscam asilo e que chegam à fronteira terrestre norte-americana via México solicitem permanência no México

Apesar de crescente pressão dos EUA para que aceite o acordo, o México vê a proposta como uma linha que não irá ultrapassar (Loren Elliott/Reuters)

Apesar de crescente pressão dos EUA para que aceite o acordo, o México vê a proposta como uma linha que não irá ultrapassar (Loren Elliott/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de julho de 2018 às 22h44.

Cidade do México  - O México é contrário a um pedido dos Estados Unidos para fazer com que pessoas que buscam asilo nos EUA solicitem asilo no México, de acordo com uma fonte e uma nota informativa, em um retrocesso para esforços norte-americanos para aprofundar cooperação em imigração antes de um presidente de esquerda assumir.

Autoridades norte-americanas acreditam que um acordo conhecido como "Acordo de Terceiro País Seguro" pode se revelar um impedimento para milhares de centro-americanos que viajam pelo México todos os anos para buscar asilo nos EUA, lotando tribunais de imigração e causando uma dor de cabeça para o governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

Ainda assim, apesar de crescente pressão dos EUA para que aceite o acordo, o México vê a proposta como uma linha que não irá ultrapassar, de acordo com a nota informativa preparada para o ministro das Relações Exteriores, Luís Videgaray, para um encontro que teve com a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kirstjen Nielsen, na terça-feira na Guatemala.

"O México não está na posição de aceitar um acordo de terceiro país seguro, como os EUA propuseram em ocasiões anteriores", diz a nota.

"O México fez esforços significativos para fornecer para centro-americanos detidos na fronteira sul (do México) maiores informações sobre asilo e recentemente adotou medidas que permitem que solicitantes a asilo trabalhem enquanto seus casos são resolvidos".

A proposta forçaria que pessoas que buscam asilo e que chegam à fronteira terrestre norte-americana via México solicitem permanência no México, possivelmente como refugiados no sul da fronteira.

Muitas das cerca de 2 mil crianças estrangeiras separadas de seus pais recentemente sob a política de "tolerância zero" de Trump contra imigração ilegal buscavam asilo nos EUA.

Chegada de Obrador

Sob Videgaray, o México se tornou cada vez mais disposto a cooperar com os EUA em algumas questões, que autoridades seniores norte-americanas e mexicanas dizer ser parte de uma estratégica para fornecer favores a Washington na esperança de receber uma renegociação benéfica do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).

Os EUA esperam consolidar cooperação melhorada sobre imigração e segurança antes de Andrés Manuel López Obrador ser empossado como presidente do México em 1º de dezembro, de acordo com autoridades de ambos países.

Embora López Obrador diga querer boas relações com os EUA, o líder com tendências nacionalistas é um defensor de longa data dos direitos dos imigrantes e é visto como ainda menos provável de aceitar um pacto de asilo, disse uma autoridade sênior mexicana.

Tanto Videgaray quanto López Obrador irão encontrar o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, quando ele visitar o México na sexta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores do México se negou a informar se a proposta de asilo estará na agenda destes encontros. Um porta-voz da equipe de política externa de López Obrador não respondeu pedidos de comentários.

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