Redator na Exame
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 07h14.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, deve anunciar nesta segunda-feira, 3, o “Plano B” do governo em resposta à tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre as exportações mexicanas. A taxação, que entrou em vigor no sábado, 1, também afetou o Canadá e a China, com uma alíquota de 10%.
Segundo Sheinbaum, a reação mexicana incluirá medidas tarifárias e não tarifárias. Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), a presidente declarou: "Temos que agir com a cabeça fria e amor ao povo [...] Para nossos irmãos e irmãs mexicanos nos EUA, aqui está seu presidente e um povo inteiro para defendê-los."
Além disso, Sheinbaum alertou que as tarifas terão um impacto significativo nas economias dos dois países, além de encarecerem os produtos mexicanos nos EUA.
A imposição das tarifas faz parte da agenda política de Donald Trump, que já defendia essa estratégia desde sua campanha eleitoral. Outros países, como União Europeia e Brasil, também estão no radar do presidente americano.
No caso específico de México, Canadá e China, Trump justificou as sanções como uma medida para conter a entrada de imigrantes ilegais e drogas – especialmente fentanil – nos EUA. O objetivo seria pressionar os governos desses países a reforçarem suas fronteiras e impedirem o fluxo de migração e tráfico.
Apesar das alegações de Trump, Sheinbaum negou qualquer vínculo do México com cartéis de drogas e ressaltou que os EUA não estão fazendo sua parte para combater o tráfico de entorpecentes dentro do próprio país.
Mesmo com a expectativa de um anúncio forte ainda hoje, Sheinbaum afirmou que quer evitar um embate com os EUA e está aberta ao diálogo para atender às exigências americanas sobre imigração e tráfico.
"Vamos esperar a resposta do presidente Trump à nossa proposta", disse.
Horas após as declarações de Sheinbaum, Trump conversou com repórteres e afirmou que pretende ligar para a presidente mexicana e para Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, na manhã desta segunda-feira.
"Não espero nada muito dramático [...] Colocamos tarifas. Eles nos devem muito dinheiro e tenho certeza de que vão pagar", declarou o presidente americano.