Educação: professores mexicanos afirmam que reforma educacional do governo acaba com direitos trabalhistas e não respeita ensino rural (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 23h07.
O governo mexicano anunciou nesta segunda-feira a demissão de 3.360 professores que não se apresentaram à avaliação estabelecida pela controversa reforma educacional adotada no país, que gerou protestos violentos em diversos estados, especialmente em Oaxaca (sul).
O secretário de Educação, Aurelio Nuño, anunciou que estes professores são 2,2% dos cerca de 153.000 docentes convocados a se submeter a um exame e serão chamados a ser examinados e terão baixa a partir de 1º de março porque "descumpriram a lei e não se apresentaram em nenhuma das etapas" da avaliação, nem no exame inicial, nem em sua reposição.
Os professores são de 28 estados, todos menos Oaxaca, Guerrero (sul), Michoacán (oeste) e Chiapas (sudeste), onde ainda está pendente o exame de reposição a ser celebrado o primeiro semestre do ano.
Estes estados são os que abrigam as correntes radicais do sindicato de professores, que se manifestaram, inclusive de forma violenta, contra a reforma por acreditar que não leva em conta as particularidades do trabalho em zonas rurais e que acaba com seus direitos trabalhistas.
Nuño detalhou que 15,3% dos professores tiveram um resultado "insuficiente", mas poderão fazer uma nova prova e acompanhar cursos de formação. Um 51,5% dos professores tiraram nota suficiente ou insuficiente, com o que "têm ainda ampla margem para poder melhorar", reconheceu.
No entanto, advertiu que "não haverá nenhuma criança que ficará sem professor" apesar das mais de três mil demissões porque estas vagas serão ocupadas por pessoas que se apresentaram para o ano letivo 2015-2016.