A China é uma grande parceira econômica do México e pode ser atingida com medida (AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 06h11.
O México aumentou suas tarifas em até 35% sobre produtos que podem impactar a indústria têxtil do país, informou o Ministério da Economia.
O governo da presidente Claudia Sheinbaum aumentou temporariamente as taxas sobre produtos de vestuário já finalizados e aumentou para 15% o imposto sobre importação de mercadorias têxteis, anunciou o ministro da Economia, Marcelo Ebrard, nesta quinta-feira durante uma coletiva de imprensa com Sheinbaum. O aumento estará em vigor até 22 de abril de 2026.
A decisão isenta quaisquer países com os quais o México tenha acordos de livre comércio, como os EUA e o Canadá, e não é direcionada a nenhuma nação em particular, disse Ebrard em resposta a uma pergunta sobre se a política buscava impactar especificamente a China.
O ministro, que não detalhou os produtos específicos que sofrerão com as novas tarifas, disse que a medida busca evitar perdas de empregos na indústria têxtil mexicana e coibir a concorrência desleal. Segundo Ebrard, o México já perdeu 79 mil empregos no setor nos últimos anos.
Essa medida ocorre quando o governo sinaliza aos seus principais parceiros comerciais que busca fortalecer o Nafta (EUA, Canadá e México). O novo presidente dos EUA, Donald Trump, expressou preocupação de que produtos chineses baratos estejam usando o México como uma "porta" para entrar no mercado dos EUA, o que pode afetar a produção e os empregos locais. O México já impôs tarifas neste ano sobre produtos chineses como aço, alumínio e plásticos.
No mês passado, Trump também ameaçou México e Canadá de que consideraria tarifas de 25% sobre todos os produtos dos dois parceiros - a menos que reduzissem as travessias de migrantes em documentos na fronteira e também tentasse controlar o tráfico de fentanil, um opioide.
O México falou buscará fortalecer a América do Norte. No mês passado o Ministério da Economia mexicano iniciou uma operação de "limpeza", que inclui batidas que buscam combater o fluxo de mercadorias ilegais que entram no país, principalmente da China.