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Mexicanos bloqueiam aeroporto para boicotar eleições

Professores bloquearam o Aeroporto Internacional de Oaxaca como parte de suas ações de boicote às eleições de domingo


	Manifestante no México: aeroporto suspendeu os voos e fechou suas instalações
 (Getty Images)

Manifestante no México: aeroporto suspendeu os voos e fechou suas instalações (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 20h21.

Oaxaca - Professores da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) bloquearam nesta quarta-feira o Aeroporto Internacional de Oaxaca como parte de suas ações de boicote às eleições de domingo para exercer pressão para que suas reivindicações sejam atendidas.

Após ter tomado pouco depois do amanhecer a estrada 175 que leva ao terminal aéreo, 200 docentes chegaram até as instalações do aeroporto sem empreender ações violentas.

Após o bloqueio dos docentes, o aeroporto suspendeu os voos e fechou suas instalações, segundo confirmaram à Agência Efe fontes do terminal aéreo.

Os professores, que na segunda-feira iniciaram uma greve indefinida que afeta mais de um milhão de alunos, tentam boicotar o pleito de 7 de junho e ao mesmo tempo pressionar o governo para que responda a seus pedidos, entre eles revogar a reforma educativa.

Por isso, desde então realizaram mobilizações nos estados de Veracruz, Oaxaca, Chiapas e Guerrero, além de bloqueio de vias, queima de cédulas e a tomada de edifícios públicos.

Além disso, ontem à noite os docentes decidiram ocupar a sede dos partidos políticos, mas ainda não empreenderam ação alguma nesse sentido.

"Não nos movimentaremos destes lugares, pelo contrário, vamos radicalizar mais as ações de mobilização para gerar condições na mesa (de diálogo)", disse o porta-voz da CNTE em Oaxaca, Otaki Toledo.

Nesta quarta-feira o sindicato realizará outra reunião com a Secretaria de Governo, ainda sem hora fixa, para conseguir respostas "concretas" a suas 11 reivindicações apresentadas no dia 1º de maio, segundo disse Toledo a uma emissora local.

Estas exigências incluem a aparição com vida dos 43 estudantes desaparecidos em Iguala, a gratuidade da educação, um aumento salarial e o cancelamento da reforma educativa promulgada em 2013, entre outras.

"Da mesma maneira, seguiremos mobilizando os companheiros com as brigadas para poder boicotar toda ação política que os candidatos estejam realizando, vai depender muito das respostas que tenhamos hoje na mesa de negociação", acrescentou.

No entanto, os professores já anunciaram na terça-feira que, mesmo que o governo se comprometa a cumprir suas reivindicações, continuarão com o boicote eleitoral por considerar o processo uma "farsa".

No próximo domingo, mais de 83 milhões de mexicanos estão convocados às urnas para escolher 1.996 cargos públicos, incluídos 500 deputados federais e os governadores de nove estados.

O sindicato de professores, um dos mais poderosos do país, está contra a reforma educativa, promulgada há dois anos pelo atual presidente do México, Enrique Peña Nieto, com um amplo consenso legislativo, mas com a ferrenho rejeição da CNTE.

Entre outras, esta reforma contempla a criação do serviço profissional docente livre de interferências sindicais e um sistema de avaliação, desenvolvido por um organismo autônomo, obrigatório para todos os professores, que foi suspenso indefinidamente na semana passada. 

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