Fronteira: algumas empresas mexicanas manifestaram algum interesse em participar da polêmica obra de Trump (David McNew/Getty Images)
AFP
Publicado em 27 de março de 2017 às 09h46.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 09h47.
Os empresários que participarem da construção do polêmico muro fronteiriço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, só alimentarão a discriminação e terminarão como traidores, advertiu no domingo a Igreja católica mexicana.
"Qualquer empresa com intenções de investimento no muro do fanático Trump seria imoral, mas sobretudo seus acionistas e donos deveriam ser considerados traidores da pátria", disse o editorial do semanário Desde la Fe, órgão de comunicação da Igreja católica.
A publicação adverte que algumas empresas mexicanas "ergueram a mão para participar das licitações" para a construção do polêmico muro com o qual Trump garante que deterá a passagem de drogas, imigrantes ilegais e criminosos aos Estados Unidos.
"O investimento das empresas mexicanas no muro terminará por nutrir todas estas formas de discriminação que ao longo da história submeteram milhares de seres humanos", acrescenta o editorial.
Algumas empresas mexicanas manifestaram algum interesse em participar da polêmica obra que Trump insiste que seja paga pelo México, o que o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, negou de maneira reiterada.
A gigante do cimento mexicana Cemex afirmou no início de março que, se for solicitada, estará disposta a fornecer o material para a obra, embora tenha esclarecido que até o momento não foi contactada.
A Ecovelocity, uma pequena empresa do estado de Puebla, no centro do país, chamou a atenção nacional há alguns dias ao manifestar seu interesse em realizar a iluminação do muro, mas finalmente retirou sua proposta.
O orçamento proposto por Trump concede 2,6 bilhões de dólares para o "planejamento, design e construção" do muro.