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Metade dos noruegueses critica relatório psiquiátrico sobre Breivik

O relatório médico indica que o Breivik padece de 'esquizofrenia paranoide' e que estava em estado psicótico quando perpetrou o massacre, por isso não é imputável

Homenagem a vitimas do massacre: independentemente da pena, 87% dos entrevistados - mil pessoas - concordam que Breivik não deve ser colocado em liberdade jamais (Getty Images)

Homenagem a vitimas do massacre: independentemente da pena, 87% dos entrevistados - mil pessoas - concordam que Breivik não deve ser colocado em liberdade jamais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 08h47.

Copenhague - Quase metade dos noruegueses critica a conclusão do relatório psiquiátrico de Anders Behring Breivik, o autor confesso do duplo atentado de julho no país, que o caracteriza como insano, avaliação que pode evitar sua prisão.

Conforme pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela televisão pública 'NRK', 48% dos noruegueses consideram que uma condenação a um tratamento psiquiátrico forçado contraria o sistema judiciário, enquanto 36% concordam com a concepção do direito.

Independentemente da pena, 87% dos entrevistados - 1 mil pessoas - coincidem em que Breivik, de 32 anos, não deve ser colocado em liberdade jamais. Por outro lado, 7% apoia a hipotética libertação no futuro.

O relatório médico, cujas conclusões foram divulgadas nesta terça-feira, indica que Breivik padece de 'esquizofrenia paranoide' e 'delírios de grandeza' e que estava em estado psicótico quando perpetrou o massacre na ilha de Utoeya e durante as entrevistas com os psiquiatras que fizeram o estudo, por isso que não é imputável.

Se confirmado o diagnóstico - ainda é preciso aprovação na Comissão de Medicina Legista -, a Promotoria vai pedir que Breivik seja condenado a permanecer em uma instituição psiquiátrica, por ser considerado um risco à sociedade. Na Noruega, no entanto, o tribunal não é obrigado a seguir as recomendações médicas.


Breivik foi informado sobre o resultado do relatório na delegacia central de Oslo, para onde foi levado ontem a partir da prisão de Ila para interrogá-lo novamente.

'Parece que ele não quer aceitar. Ele disse que temia que isso acontecesse', declarou o promotor Christian Hatlo.

O resultado do relatório gerou ainda polêmica na política norueguesa. O Partido Trabalhista do primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, e do Partido Conservador, primeira e terceira forças parlamentares, respectivamente, se mostraram respeitosos com as conclusões dos analistas.

O mesmo não aconteceu com o populista Partido do Progresso, líder da oposição, nem com o Partido Democrata-cristão, que pediram um novo relatório.

'É completamente incompreensível e surpreendente que uma pessoa que durante anos planejou atos em detalhes e foi capaz de executá-los seja considerada não imputável. As pessoas não vão entender', declarou Per Sandberg, vice-presidente do Partido do Progresso. EFE

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