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Metade do planeta pode se tornar árido em 2100, diz estudo

Cientistas chineses indicaram que esse processo terá um especial impacto nos países em vias de desenvolvimento


	Seca: A mudança climática, o crescimento populacional e urbano são os fatores que o estudo cita como responsáveis do processo de desertificação
 (Reuters)

Seca: A mudança climática, o crescimento populacional e urbano são os fatores que o estudo cita como responsáveis do processo de desertificação (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 14h50.

Londres - Mais da metade da superfície terrestre poderia se transformar em uma zona árida em, aproximadamente, 85 anos, ou seja, no ano 2100, se as emissões de gases poluentes continuarem no ritmo atual, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Nature Climate Change".

Cientistas da Universidade de Lanzhou, na China, indicaram que esse processo terá um especial impacto nos países em vias de desenvolvimento, onde será registrada grande parte da expansão dessas regiões áridas, onde as chuvas são escassas e seus efeitos são compensados pela evaporação de água que provoca o calor.

A mudança climática, o crescimento da população humana e a extensão das cidades são os fatores que o estudo cita como responsáveis desse processo de desertificação.

A partir da comparação de dados recolhidos entre 1948 e 2005, Jianping Huang e seu grupo concluíram que a maioria de modelos subestima a tendência a expandir-se das terras áridas, que na atualidade cobrem 40% da superfície da Terra.

Os cientistas elaboraram novos prognósticos que apontam a que a aridez aumentará em até 56% caso as emissões de gases se mantenham altas dentro de 85 anos.

Em outro estudo divulgado na mesma publicação, pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) alertaram sobre as extremas condições de temperatura e a umidade que se alcançarão na região do Golfo Pérsico durante este século.

Se as emissões de gases do efeito estufa continuarem com a atual trajetória ascendente, os cientistas colocam em dúvida a "condição para a habitação humana" dessas regiões no futuro.

Segundo os cientistas, o corpo humano só é capaz de manter sua temperatura graças à transpiração abaixo dos 35 graus centígrados.

"Acima disso, o corpo não pode se esfriar e a sobrevivência de um indivíduo no ambiente externo fica em sério risco", disse o estudo.

O trabalho se baseou em simulações de modelos climáticos de alta resolução para prever a incidência de ondas de calor extremas no Golfo Pérsico entre 2071 e 2100.

Em um cenário no qual as emissões continuem aumentando, as temperaturas extremas que se alcançarão ocasionalmente em cidades como Abu Dhabi, Dubai e Doha representação um desafio para a "sobrevivência humana", segundo o estudo. 

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