Putin: no último sábado, mais de 1.600 pessoas foram presas em Moscou protestando contra a posse de Putin
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2018 às 06h14.
Última atualização em 7 de maio de 2018 às 08h50.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, protagoniza nesta segunda-feira uma cerimônia que já se tornou comum para ele. Putin será empossado pela quarta vez como presidente, para um novo mandato de seis anos — tecnicamente seu último à frente da Rússia, já que as regras eleitorais impedem um terceiro mandato consecutivo. Putin foi eleito em março para um segundo mandato consecutivo, com incríveis 77% dos votos.
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Na última vez que ele foi impedido de ser presidente, acabou se tornando primeiro ministro, comandando de perto o governo do então presidente Dmitry Medvedev, entre 2008 e 2012. Putin está no centro do poder russo desde 2000. E, de lá pra cá, angariou uma oposição ferrenha, que ele trata de manter bastante controlada.
No último sábado, mais de 1.600 pessoas foram presas em Moscou protestando contra a posse de Putin. Entre eles, Alexei Navalny, o principal líder da oposição, que foi barrado de competir nas eleições de março, acusado de atividade criminal pelas autoridades. Navalny foi o organizador dos protestos deste final de semana, que aconteceram em mais de 90 cidades, intitulados “ele não é nosso czar”.
Na Rússia, os protestos precisam receber autorização do poder local para acontecer e muitas autoridades, incluindo em Moscou, negaram a permissão. As manifestações capturam um pouco a dualidade política de um país onde o presidente eleito com 77% dos votos ainda enfrenta movimentação nas ruas contra sua posse.
Com a chegada da Copa do Mundo, novos protestos, e prisões, são esperados. Putin é o líder há mais tempo no comando da Rússia desde Joseph Stalin.
O presidente russo só deverá deixar o poder em 2024, quando terá alcançado a idade de 71 anos. Alguns analistas e a elite política acreditam que o próximo termo presidencial deve ser marcado como o início de uma transição para uma Rússia pós-Putin, com o presidente concedendo poder a seus aliados e colocando tecnocratas que levarão sua ideia de resgate de uma grande Rússia para frente.
O novo mandato deve ser ajudado por uma alta de mais de 40% do petróleo no último ano, levando o principal produto de exportação russa para os maiores preços em anos. As altas recentes amenizam o peso de crescentes sanções contra a economia russa orquestradas, entre outros motivos, pela interferência de Putin nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
No intrincado xadrez político global, a equação econômica é simples: se o petróleo e o gás sobem de preço, sobe junto a influência global de Vladimir Putin.