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Merkel usa emprego e consolidação fiscal em defesa de gestão

A chanceler alemã, Angela Merkel, apoiou-se na criação de emprego e na consolidação fiscal para defender sua gestão antes das eleições de 22 de setembro

Angela Merkel, chanceler alemã: Merkel disse que os últimos quatro anos foram bons pra Alemanha e defendeu um novo mandato (Getty Images)

Angela Merkel, chanceler alemã: Merkel disse que os últimos quatro anos foram bons pra Alemanha e defendeu um novo mandato (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 10h56.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, apoiou-se nesta terça-feira na criação de emprego e na consolidação fiscal para defender sua gestão na sessão de encerramento da legislatura realizado no Bundestag (câmara baixa) antes das eleições de 22 de setembro.

O candidato social-democrata Peer Steinbruck, seu principal oponente, criticou no entanto a falta de ação política de Merkel e a crescente desigualdade social na maior economia do continente.

Steinbruck afirmou que o país "perdeu anos" e que a política de austeridade europeia foi um "fracasso".

Já a chanceler disse que os últimos quatro anos foram bons pra Alemanha e defendeu um novo mandato para a atual coalizão de governo, formada por seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU) e o Partido Liberal Alemão (FDP).

De acordo com Merkel, seu governo conseguiu enfrentar com sucesso uma série de "desafios" que não podiam ser previstos no começo da legislatura, como a crise da dívida na eurozona, a catástrofe nuclear de Fukushima e a primavera árabe.

Segundo a chanceler, o processo de consolidação feito por seu Executivo permitirá que no próximo ano a Alemanha atinja um déficit estrutural zero e que em 2015 comece a reduzir sua dívida, que representa 90% do Produto Interno Bruto (PIB).

"A consolidação fiscal foi um êxito sensacional", discursou a chanceler, que reviveu no Parlamento seu recente embate televisio com Steinbruck.

Merkel também classificou como um sucesso o nível recorde de ocupação alcançado durante a atual legislatura, assim como o aumento da incorporação da mulher ao trabalho, o crescimento dos jovens com formação e o número de pessoas mais velhas empregadas.


Sobre sua gestão da crise da dívida, a chanceler explicou que o governo se baseou no "princípio de solidariedade em troca de contrapartidas".

A chanceler adiantou suas propostas para a próxima legislatura e Steinbruck aproveitou para criticá-la por se concentrar no futuro ao invés de defender sua atual gestão.

"A senhora só diz faremos, faremos, faremos. E eu me pergunto: quem governou aqui nos últimos quatro anos? A senhora deveria ter feito e não fez nada", alfinetou o candidato do Partido Social-Democrata Alemão (SPD).

Steinbruck argumentou que o governo de Merkel ficou nas palavras tanto em política interna como na Europa: "que fez com o pacto pelo crescimento? E com a garantia de emprego para os jovens? E com o imposto sobre transações financeiras?", perguntou.

O social-democrata aproveitou o debate para ressaltar os pilares de seu programa eleitoral: a introdução de um salário mínimo interprofissional, o aumento dos investimentos em infraestrutura e educação e as altas de "alguns impostos para algumas pessoas".

Além disso, defendeu uma maior regulação bancária e que o dinheiro dos contribuintes alemães não sirva para "resgatar bancos estrangeiros" diretamente, como agora permite em teoria o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Na sua opinião, o anúncio de que a Grécia precisará de um terceiro resgate é o reconhecimento do "fracasso" das políticas de Merkel na Europa e só poderia ser considerado um êxito a redução do desemprego juvenil no continente e a regulação dos bancos. "Sofremos as consequências de sua gestão da crise", atacou.

Por sua parte, a chanceler também criticou o SPD, principal partido da oposição, por propor uma alta de impostos -o que "ameaçaria" postos de trabalho- e por ter bloqueado no Bundesrat (câmara alta) uma proposta para eliminar a "progressão fria", uma alta salarial que por uma mudança tributária pode provocar um descenso da renda líquida.

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